A quarta turma do Tribunal Regional Federal da 5ª região (TRF-5) concedeu, por unanimidade, habeas corpus ao ex-governador do Ceará, Ciro Gomes (PDT). A decisão anula o mandado de busca e apreensão expedido contra Ciro em operação deflagrada em dezembro de 2021, sobre possíveis desvios de verba durante a reforma da Arena Castelão, principal estádio do estado e um dos palcos da Copa do Mundo de 2014.
A decisão do TRF-5 considera que não houve requisitos que dessem
embasamento à decisão do juiz federal em autorizar as investigações na casa de
Ciro. Foi levado em consideração, inclusive, a "ausência de
contemporaneidade", ou seja, o período que se passou entre os supostos
fatos que motivam a acusação e os dias atuais. As obras na Arena Castelão
aconteceram entre 2010 e 2013, quando Cid Gomes (PDT) era governador do Ceará.
O irmão de Ciro, Cid Gomes (PDT), ex-governador do Ceará e atual
senador, também foi alvo da operação batizada de Colosseum. A Justiça quebrou
os sigilos bancário e fiscal de ambos os irmãos entre 2009 a 2014. O sigilo
telefônico dos dois também foi quebrado.
Por meio das redes sociais, Ciro Gomes comentou sobre a anulação das
medidas realizadas pela Polícia Federal contra ele: "Mesmo nos momentos de
maior indignação nunca duvidei de que a verdade e a justiça prevalecessem sobre
o arbítrio, a manipulação e a prepotência. Esta decisão do TRF5 honra o
judiciário brasileiro".
À época da deflagração, Ciro havia classificado a ordem de busca e apreensão
como "abusiva", alegou não ter relação com o caso e disse
que o presidente Jair Bolsonaro (PL) "transformou o Brasil num Estado
Policial que se oculta sob falsa capa de legalidade".
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