Escolas
estaduais do Rio Grande do Norte ficaram fechadas na manhã desta terça-feira
(15), depois que os professores da rede
pública decidiram deflagrar uma greve, em assembleia realizada na
segunda (14) - primeiro dia do ano
letivo de 2022.
É o caso da Escola União do Povo, no bairro Cidade Nova, Zona Oeste de
Natal, que estava com o portão fechado, por volta das 7h, mas tinha alguns
professores. Outra escola fechada era a Antônio Pinto de Medeiros, no conjunto
Satélite.
Já na Escola Estadual Walfrego Gurgel, os professores decidiram fazer
uma semana de acolhimento aos alunos e aderir à paralisação somente na próxima
sexta-feira (18). Na manhã desta terça-feira (15), o auditório da escola estava
cheio de alunos.
"A orientação é que os servidores
retornem às escolas hoje e amanhã, mas para comunicar à comunidade escolar, aos
alunos, aos pais, o motivo da greve", afirmou o coordenador-geral do
sindicato da categoria, Bruno Vital.
Após a deflagração da greve, sequer os alunos que procuraram as
escolas com aulas para educação de jovens e adultos, na noite de segunda-feira
(14), conseguiram aulas. É o caso do estudante Jonas Henrique, que foi ao
Centro Educacional para Jovens e Adultos, em Petrópolis.
"Tem muita gente que está bem atrasado, como eu mesmo, que está
buscando um estudo. Ficamos no prejuízo. Ainda mais quem mora longe. Porque tem
gente que é vizinho, mas tem outros que pegam uma hora de ônibus para chegar
aqui e não tem aula", disse.
Outro estudante, Lucas Gabriel, disse que
passou dois anos sem sequer ter aulas remotas e estava buscando voltar a
estudar agora.
A reivindicação dos professores é o pagamento do reajuste de 33,24% do
piso nacional do magistério para os servidores ativos e aposentados.
Dentro das negociações, o governo do estado apresentou a terceira
proposta de pagamento parcelado, durante uma reunião realizada nesta segunda
(14), mas a categoria rejeitou a proposta e decidiu deflagrar a paralisação.
Segundo a Secretaria de Educação do RN, há cerca de 220 mil alunos
matriculados na rede estadual. As aulas deveriam ser retomadas nas 615 escolas
estaduais, nesta segunda-feira (14), porém, diante do impasse nas negociações e
um indicativo de greve, algumas unidades já não abriram no primeiro dia letivo.
Em nota, a Secretaria de Estado da Educação afirmou que aguarda
receber, oficialmente, a decisão da assembleia dos professores e que
"diante do resultado, respeita a posição da categoria".
"A mesa de negociação é permanente e
nela apresentamos a proposta de atualização do piso do magistério. Nos próximos
dias deve ocorrer uma nova rodada de negociações e esperamos que esse momento
dure o menor tempo possível, tendo em vista que ele prejudica o ano letivo da
rede estadual de educação", afirmou em nota.
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