Em sessão de despedida da presidência do TSE, o ministro Luís Roberto Barroso (foto) lembrou e defendeu a atuação do tribunal no combate à desinformação nas eleições.
“O TSE montou uma estratégia de guerra para combater a desinformação na campanha de 2020. O foco principal não foi o controle de conteúdo, mas o combate a comportamentos inautênticos, gente contratada para amplificar as notícias falsas: são os mercenários que fazem mal à democracia”, disse.
Barroso ainda falou que a volta do voto impresso seria um retrocesso.
“Uma solução inadequada. O sistema de votação eletrônico é seguro, transparente e auditável. As urnas eletrônicas jamais entram em rede, ou seja, não têm ligação à internet e não estão sujeitas a invasão. A rediscussão de requentar o assunto teve como objetivo tumultuar o processo”, disse.
Sem citar Jair Bolsonaro, o ministro lembrou ainda que confia na equipe para que não haja vazamentos indevidos.
“Onde não há boa-fé não há salvação. Sobretudo, em matéria de cybersegurança, o sigilo é imprescindível. Ninguém fornece informações que facilitam ataques, invasões e outros comportamentos delituosos. Tudo aqui é transparente, mas sem ingenuidades”, disse.
Ano passado, em uma entrevista em agosto, Jair Bolsonaro usou dados sigilosos para atacar as urnas eletrônicas e levantar suspeitas sobre o processo eleitoral. O caso está sendo investigado no âmbito do inquérito das fake news no STF.
Barroso também recebeu a homenagem dos dos outros ministros.
Edson Fachin, que assumirá a presidência do TSE na semana que vem, afirmou que a atuação “proba, justa e transparente” de Luís Roberto Barroso “guiou” o tribunal mesmo nas situações de “ameaças de um passado sombrio não tão longínquo” que rondaram a Corte “dia e noite”.
O ministro Alexandre de Moraes disse que conviver com Barroso foi um “grande aprendizado” e que o presidente do TSE deixa “legado importantíssimo de trabalho”.
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