O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, declarou na tradicional live semanal do presidente que fez uma revisão detalhada dos dados da vacinação de adolescentes após conversas com Bolsonaro. Na transmissão, o chefe do Executivo disse que essas conversas com Queiroga não são uma imposição, mas sim um “sentimento” dele sobre “o que vê e lê”.
Bolsonaro declarou: “A minha conversa com o Queiroga não é uma imposição, eu levo para ele o meu sentimento, o que eu leio, o que eu vejo, o que chega ao meu conhecimento”.
Mais cedo, Queiroga convocou uma coletiva de imprensa na qual reforçou que os jovens sem doenças crônicas que receberam a primeira dose não devem completar a imunização com a segunda aplicação.
Na ocasião, além de alegar que há registro de cerca de 1,5 mil eventos adversos à vacina em adolescentes e atribuir a suspensão da campanha ao que chamou de “desorganização” dos estados e municípios, Queiroga afirmou que há casos em que vacinas como AstraZeneca, Coronavac e Janssen foram aplicadas nesse público.
Neste momento, a vacina da Pfizer é a única aprovada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para a faixa entre 12 e 17 anos no Brasil. O laboratório Janssen recebeu autorização para condução de estudos com menores de 18 anos e está realizando a pesquisa.
Segundo o ministro, a determinação é uma medida de segurança. “Aqueles sem comorbidades, independentemente da vacina que tomaram, não tomem outra, por uma questão de cautela. Os com comorbidades podem completar o esquema vacinal”, declarou.
Outras posições
A decisão não agradou o Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass) e o Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde (Conasems). Os órgãos divulgaram uma nota oficial, nesta quinta-feira (16/9), na qual reagem duramente ao posicionamento do Ministério da Saúde de suspender a vacinação em adolescentes sem comorbidades.
A Anvisa afirmou que está investigando se a morte de um adolescente de 16 anos dias após a aplicação da primeira dose da vacina da Pfizer contra a Covid-19 tem relação com a imunização. No entanto, a agência declarou que, até o momento, “não existem evidências que subsidiem ou demandem alterações nas condições aprovadas para a vacina”.
A morte investigada é de uma adolescente de 16 anos de São Bernardo do Campo, no ABC Paulista, ocorrida em 2 de setembro, oito dias após a jovem tomar a vacina. Ainda não há evidências para ligar a morte à vacina ou para descartar a relação.
Registe-se aqui com seu e-mail
ConversãoConversão EmoticonEmoticon