Uma foice foi a arma usada pelo pedreiro William de Lima Silva para matar a própria filha de 7 anos, a ex-companheira, os pais dela e uma tia na madrugada deste sábado (25) em Passa e Fica, no Agreste potiguar.
De acordo com os peritos do Instituto
Técnico-Científico de Perícia, as vítimas foram mortas com golpes da arma
branca principalmente na altura do pescoço e da cabeça.
O crime chocou o município, que tem
uma população estimada em pouco mais de 13 mil habitantes, segundo o IBGE.
A arma de fogo encontrada junto ao
corpo de William só foi disparada contra a tia dele (que também foi atingida
por golpes de arma branca); contra um sobrinho da ex-mulher, socorrido com vida
ao hospital; e contra o próprio autor dos crimes, que se matou.
Cartas: 'Vão para o
céu'
De acordo com a Polícia Civil, o
homem também deixou cerca de 10 cartas escritas em um caderno escolar, que foi
encontrado com ele. Todas destinadas aos familiares.
Os documentos foram recolhidos pela
Polícia Civil, que não divulgou os conteúdos. Porém, o delegado José Carlos
Oliveira, da Delegacia de Plantão Regional de Nova Cruz, afirmou que o homem
dava sinais de que cometeria os crimes, em pelo menos um dos textos.
"Em uma das cartas ele diz que
era a 'última vez' que se dirigia a eles, pede desculpas e afirma que todos vão
para o céu", conta.
A suspeita da polícia é de que
William não havia se conformado com a separação, ocorrida em fevereiro. O
relacionamento durou 10 anos. Chocados, parentes falaram que o homem era uma
pessoa tranquila.
O crime aconteceu por volta das 4h na
localidade conhecida como Lagoa do Venâncio, no sítio Fernando da Pista, zona
rural do município.
As vítimas que morreram foram
identificadas pela PM como:
·
Maria da Luz Henrique de Lima, ex-companheira
·
Maria Clara de Lima e Silva, 7 anos,
filha
·
Maria do Livramento Henrique de Lima,
ex-sogra
·
Francisco Batista de Lima, ex-sogro
·
Vera Lúcia, conhecida como Verinha,
tia de William
Segundo Luciene Bento, prima de William e filha de Vera Lúcia, uma irmã
e uma sobrinha dela estavam na segunda casa, quando o homem chegou ao local
chamando pela tia, antes das 6h. Mas, ao perceber o crime, a mulher correu com
a criança.
"Tenho certeza de que se ela não tivesse corrido também teria
morrido, como aconteceu na outra casa", afirmou.
Os corpos do autor do crime e das vítimas foram recolhidos para o Itep
em Natal. Foram necessários dois veículos de transporte de corpos para a
operação.
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