José Marcelino da Silva, de 30 anos, morto em João Pessoa na noite da terça-feira (14), era um dos suspeitos de liderar um esquema de fraudes em concursos públicos (saiba mais no fim desta notícia) na Paraíba e em outros estados do Nordeste. Ele chegou a ser preso por meio Operação Gabarito, no ano de 2017. Na época, já respondia em liberdade pelo mesmo crime, sendo que cometido em 2014.
A vítima era alagoana, mas morava na capital paraibana. O crime aconteceu na avenida Hilton Souto Maior, enquanto ele dirigia um carro. Dois homens em uma moto teriam se aproximado do veículo e um deles efetuou cinco disparos. A vítima estava sozinha dentro do automóvel quando foi atingida.
O carro que José Marcelino dirigia foi emprestado por uma mulher, segundo informou o delegado Rodolfo Santa Cruz. Ele não informou qual era o vínculo dela com a vítima, mas disse que ela já foi ouvida pela polícia, embora ainda não tenha lido o depoimento.
Também conforme o delegado, ainda não é possível afirmar se há alguma relação da morte de José Marcelino com os crimes de fraudes em concursos cometidos por ele anos atrás.
Rodolfo preferiu, ainda, não comentar sobre as linhas de investigação seguidas pela polícia, para que as investigações não sejam atrapalhadas. Por fim, ele reforçou que a dupla suspeita de cometer o crime ainda não foi identificada.
Como o esquema fraudava concursos
As fraudes começaram em 2005, e mais de 500 pessoas já foram beneficiadas com o esquema em concursos na Paraíba, Pernambuco, Alagoas, Rio Grande do Norte, Sergipe e Piauí. O valor pago pelas pessoas para o grupo já acumulava pelo menos R$ 18 milhões.
O esquema funcionava por meio de escutas e transmissões eletrônicas durante a aplicação das provas. Parte dos suspeitos ficavam na casa onde os líderes do grupo foram presos, em João Pessoa, e eram responsáveis por receber as informações das provas de outros integrantes do grupo que faziam as provas.
“Eles repassavam as informações para os ‘professores’, que respondiam as questões e mandavam os gabaritos para os candidatos”, explicou o delegado Lucas Sá.
Segundo o delegado, os “clientes” do grupo eram contatados principalmente em cursinhos e por meio redes sociais.
“São muitas as maneiras, mas as principais são pelo Facebook, WhatsApp e indicação de pessoas de cursinhos. Vários desses professores [presos] são professores de cursinho. Então eles acabam indicando a organização para os alunos desses cursos e fazendo a proposta de ingressar no esquema fraudulento”, disse.
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