A oiticica já não era mais marcada a ferro. A banda já não entoava a sinfonia do hino pau-ferrense, diante da marcha sincronizada das escolas e munícipes pela avenida Getúlio Vargas.
A cultura não se perdeu, ela foi tirada. Tirada de um povo que cresceu desfilando o orgulho de ter nascido na terra dos vaqueiros bravios, criando alegorias e mostrando sua história ao longo da via.
Uniformes, pratos, trompetes, trombones, clarinetes e bombo, foram dando o tom de cada passo rítmico da marcha, sendo um verdadeiro convite a quem escutava a uma viagem no tempo, proporcionada pela Prefeitura de Pau dos Ferros.
No último dia 4 de setembro, no qual Pau dos Ferros celebrou seus 165 anos de emancipação, a cidade pôde reviver as nostálgicas lembranças das comemorações que voltaram a brilhar aos olhos de quem assistia. Foi um momento de revirar o baú das memórias e fazer quem não viveu, se transportar ao passado e sentir as emoções de um tempo que não voltará.
Destruir o patrimônio histórico cultural é destruir a memória pau-ferrense. O resgate deu a oportunidade de rever cenas de famílias passeando pela avenida com um brilho no olhar, pessoas se emocionando ao revisitar os modos de vida e os costumes de diversas épocas não tão distantes.
O abandono do costume histórico decompõe a memória de um povo. A mudança é possível, mas é necessário preservar a história e haver o interesse e persistência do poder público em conscientizar a sociedade e manter vivo os valores e identidade de um povo.
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