Amanda Gabriela Lima, de 30 anos. Flávia Roberta do Nascimento Negreiros, de 33. Ana Karine, de 36. Essas três potiguares viveram uma história, sem final feliz, em comum: grávidas, contraíram Covid e não resistiram à doença. Elas sequer chegaram conhecer os filhos recém-nascidos em partos de emergência.
As três fazem parte de um número que praticamente triplicou no Rio Grande do Norte em 2021 em comparação com 2020: a de grávidas vítimas fatais da Covid.
Entre janeiro e 20 de julho deste
ano, 41 grávidas ou puérperas morreram pela doença no estado, um número 192%
maior que os 14 óbitos registra dos no ano anterior. Alguns bebês se salvaram -
outros não.
O levantamento é do Instituto Santos
Dumont (ISD), com base em dados da Secretaria de Estado da Saúde Pública
(Sesap).
Grávidas e puérperas integram o grupo
de risco para o novo coronavírus, e o ISD, através do Centro de
Educação e Pesquisa em Saúde Anita Garibaldi (Anita), em Macaíba, desenvolve
ações com o objetivo de reduzir a mortalidade materno-infantil.
“A
gestação é um grande fator de risco para a Covid-19. Aumenta a chance de
complicação, mesmo que a gestante não tenha outras comorbidades, e aumenta,
também, a chance dela morrer. Por isso, a gente precisa proteger e vacinar as
gestantes”, explicou a infectologista Carolina Damásio, preceptora do ISD.
Ela relata, ainda, que as mulheres
grávidas que procuravam atendimento nas unidades de saúde no Estado já
apresentavam sintomas graves. “Elas chegavam com dificuldade de orientação, de
monitoramento no início do tratamento e chegavam aos hospitais bem mais graves,
necessitando de intubação”, declarou a infectologista do ISD.
Um desses casos graves chegou até a
própria infectologista. A dona de casa Maria Aparecida Camilo de Souza, de 39
anos foi atendida por Carolina Damásio depois de dar entrada por duas vezes na
UPA de Macaíba com sintomas respiratórios e não ser internada.
Ao constatar o agravamento da doença,
a médica encaminhou Maria Aparecida ao Hospital Giselda Trigueiro, em Natal.
Ela foi internada em um leito de UTI,
mas morreu poucos dias depois. Maria Aparecida estava grávida de seis meses, e
passou por uma cesárea de emergência. O bebê nasceu vivo, mas também não
resistiu.
G1
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