O presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministro
Luís Roberto Barroso, sinalizou que não haverá o voto impresso nas eleições de
2022, como defende Jair Bolsonaro. De acordo com o magistrado, “já passou o
tempo de golpes, quarteladas, quebras da legalidade constitucional”.
“Ganhou, leva. Perdeu,
vai embora. (Donald) Trump, nos Estados Unidos, esperneou muito, mas está na
Flórida, não em Washington”, disse em entrevista ao jornal O Globo.
“A democracia tem lugar para liberais, progressistas e conservadores. Nela só
não cabem a intolerância, a violência e a não aceitação dos resultados legítimos
das urnas”.
Segundo Barroso, “nunca, desde a introdução das urnas em 1996, houve qualquer denúncia de fraude documentada e comprovada”. “Se alguém tiver qualquer prova nesse sentido, tem o dever cívico de apresentá-la”, afirmou.
O
presidente do TSE vê como “um dos grandes perigos da introdução do voto
impresso” o fato de as eleições “passarem a ser disputadas nos tribunais e não
nas urnas”.
“Veja: em 2020 tivemos mais de 400 mil candidatos. Se uma
pequena fração deles resolver pedir recontagem, fazer conferência de votos e
contratar advogados para garimpar nulidades, vamos ter centenas ou milhares de
processos contestando os resultados. Nos Estados Unidos, onde é caríssimo ir ao
Judiciário, Trump propôs mais de 50 ações. Nenhum juiz aceitou interferir. Não
tenho certeza de que o mesmo se passaria aqui”.

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