O Rio Grande do Norte começou esta segunda-feira (5) com 50 pacientes confirmados ou suspeitos de Covid-19 à espera de um leito de UTI. Para esses pacientes, há apenas 12 leitos disponíveis, o que significa que pelo menos 38 ainda vão seguir sem previsão de internação.
· Os dados estão no Regula RN, plataforma que monitora em tempo real as regulações e internações em todo o estado. A consulta foi feita às 14h. A maior espera é na Região Metropolitana, onde aguardam 40 pacientes. A Região Oeste tem os outros 10 pacientes à espera de um leito crítico.
Esses pacientes são regulados com a
necessidade de uma UTI, mas não conseguem ser transferidos em função da alta
taxa de ocupação dos leitos críticos em todo o estado e por isso ficam na fila.
Desde o dia 1º de março que a taxa de
ocupação de leitos críticos em todo o Rio Grande do Norte está acima de 90%. Nesta segunda,
está em 96,8%. Os outros 3,2% são
leitos que estão bloqueados pelo sistema, ou seja, os leitos existem, mas não
podem ser ocupados por um paciente por falta de profissionais de saúde, equipamentos
ou medicamentos, por exemplo.
Por isso, apesar da taxa de 96,8% de
ocupação, o RN ainda tem 50
pacientes na fila por um leito de UTI.
Flexibilização
Em meio a este cenário, nesta segunda-feira (5) o novo decreto do governo
do RN entrou em vigor. Nele, foram flexibilizadas as atividades do comércio, da educação, das
academias e igrejas, mesmo após recomendação contrária do comitê científico. O toque de
recolher voltou a funcionar das 20h às 6h e integralmente aos domingos e
feriados.
O comitê recomendou a prorrogação das
medidas mais restritivas por considerar o cenário ainda
crítico e imprevisível no estado. No dia 15 de março, 152
pacientes chegaram a esperar na fila por um leito de UTI em todo o estado.
Após o decreto de isolamento social rígido que durou até o domingo (4), com o
fechamento do comércio não essencial, esse número caiu 67%.
A governadora Fátima Bezerra (PT)
explicou que o recomendável seria seguir com esse decreto, como recomendou o
comitê científico, mas alegou que atendeu ao apelo de prefeitos e empresários e levou em consideração o
aspecto social, o desemprego e falta de renda para quem não
podia trabalhar para a reabertura das atividades econômicas.
Março, inclusive, registrou o maior número de mortes, desde o início da pandemia, de pacientes na
fila à espera de um leito de UTI para atendimento. Pelo
menos 172 pessoas morreram
dessa forma.
Para tentar reduzir a fila, novos
leitos críticos têm sido abertos nas últimas semanas. Nesta segunda-feira (5),
segundo o Regula RN, existem 393
leitos de UTI funcionando
no Rio Grande do Norte. Como base de comparação, em 2020 o RN chegou a ter no
máximo 316 leitos críticos abertos - 77 a menos. Esse número foi
registrado no mês de agosto.
Mesmo com menos leitos no ano
passado, o maior número registrado de pessoas na fila à espera de de uma UTI
aconteceu no dia 22 de junho, com 138
pacientes.
A taxa de ocupação segue alta mesmo
com o maior número de leitos já abertos desde o início da pandemia. Ao todo,
são 844 leitos, sendo 393
críticos e 451 clínicos. Em 2020, o máximo
atingido foi 676, sendo 316
críticos e 360 clínicos.
Registe-se aqui com seu e-mail
ConversãoConversão EmoticonEmoticon