O anúncio de João Doria (PSDB-SP) na tarde desta quarta-feira (24) do início da vacinação de policiais e professores no estado de São Paulo pegou outros estados de surpresa.
A decisão do tucano aumenta a pressão das categorias sobre governadores de outras regiões.
Assim que Doria fez a divulgação, seus colegas passaram a fazer questionamentos no grupo de WhatsApp que reúne representantes estaduais.
Eles reclamam que o governador de São Paulo atropelou o plano nacional de imunização e que a medida não deveria ter sido tomada de maneira isolada, por um único estado.
"A gente o tempo todo cobra uma coordenação nacional. E a gente tem um plano de imunização já pronto, do país. Se cada estado entender que tem que fazer caminhos próprios, imagina a confusão que isso vai gerar", disse João Azevedo (PSB-PB).
"Eu postei no grupo que não concordo com essas antecipações. A não ser que o Ministério da Saúde entre nessa. Se não houver determinação nacional, não faz sentido isso. Outras categorias vão começar a pedir. Todo mundo está sendo muito pressionado", acrescentou.
Outros governadores também questionaram a decisão de Doria, como Eduardo Leite (PSDB-RS), Renato Casagrande (PSB-ES), Rui Costa (PT-BA) e Ronaldo Caiado (DEM-GO).
Professores e policiais são as categorias que mais têm apresentado demandas ao governo Jair Bolsonaro para entrarem na prioridade da vacinação contra Covid-19. Eles estão, por exemplo, atrás de presos e criticam a ordem.
Até o momento, no entanto, não houve mudança no plano nacional.
Pressionado, o ministro da Justiça enviou nesta semana um ofício à Saúde pedindo prioridade aos profissionais de segurança.
O presidente da Frente Parlamentar de Segurança Pública na Câmara, Capitão Augusto (PL-SP), afirmou que Bolsonaro acabou ficando para trás com o anúncio feito por Doria.
Segundo Doria, o início da vacinação dos policiais será a partir de 5 de abril e os professores, em 12 de abril. Na categoria dos professores, serão 350 mil profissionais que atuam da creche ao ensino médio, nas redes pública e privada.
O secretário de estado da Educação, Rossieli Soares, disse que a imunização abrangerá todos os tipos de profissionais de educação, a partir de 47 anos. Em relação à rede privada, será exigido um contracheque dos últimos dois meses, com objetivo de evitar fraudes.
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