O jornal El País publicou
um artigo na noite desta segunda-feira (8) denunciando uma “nova armação” das
redes bolsonaristas para perseguir a antropóloga Débora Diniz, que é colunista
do jornal. A intelectual se tornou alvo de novas ameaças de morte após ter uma
postagem distorcida pelo jornal bolsonarista Gazeta do Povo.
“Débora
Diniz acusa Bolsonaro de ‘perseguição a pedófilos”, dizia a chamada feita pelo
jornal paranaense e compartilhada nas redes pelo próprio presidente e por seus
filhos.
A
notícia distorceu uma postagem feita no Instagram por Diniz. No texto de quatro
parágrafos, a antropóloga aponta o que seria um mecanismo utilizado por
Bolsonaro para manter a população assustada e oferecer uma suposta solução –
seja uma arma em casa ou políticas antigênero.
“A
pauta prioritária de Bolsonaro no Congresso Nacional tem de arma em casa e na
rua para mais gente; crianças em ensino domiciliar; perseguição a pedófilos;
vantagens para agronegócios até perseguição aos povos indígenas”, diz o texto
de Diniz.
“A
perversidade parece complexa, mas não é. Segue a mesma lógica paranoica do
patriarca que amplifica o medo para justificar a truculência. Por isso armas e
pedófilos estão na mesma agenda: o patriarca espalha o pânico para justificar
seu abuso de poder. Inclusive de ser ele mesmo um violentador sexual de
crianças ou mulheres”, completa.
Diniz
foi às redes depois da enxurrada de ataques e ameaças recebidas para criticar o
“fanatismo que move o bolsonarismo”. “Eu poderia dizer ‘ah, leiam o que foi
escrito’. Nunca houve defesa da pedofilia. Há uma demonstração sobre o
significado do pacote prioritário ambíguo de Bolsonaro no Congresso Nacional.
Pedofilia é abominável”, afirma.
“Mas
não é nem limite de leitura tampouco de escrita que move os odiosos”, conclui.
A antropóloga também fez campanha nas redes para que o movimento Sleeping
Giants boicote os anunciantes do jornal Gazeta do Povo.
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