O namorado da universitária Maria Efigênia Soares, 28 anos, que foi encontrada carbonizada em uma mata em Chorozinho, na Região Metropolitana de Fortaleza, matou a jovem por não aceitar a gravidez e forjou um sequestro pedindo R$ 20 mil à família. As informações foram confirmadas pelo delegado geral da Polícia Civil do Estado do Ceará (PCCE), Marcus Rattacaso, na manhã desta sexta-feira (15),
O motorista de aplicativo
Wando Cordeiro Vasconcelos, de 35 anos, preso pelo crime enviou mensagem para o
pai da jovem se passando por integrante de um grupo criminoso, com um pedido de
resgate de R$ 20 mil para a mulher ser libertada.
Efigênia desapareceu na
última quarta-feira (13) ao sair da casa da família no Bairro Prefeito José
Walter, em Fortaleza. O corpo dela foi localizado pela Polícia Civil na noite
de quarta-feira, no quilômetro 60 da rodovia BR-116.
Conforme Marcus Rattacaso,
após a polícia receber a denúncia de sequestro os agentes iniciaram as
investigações e conseguiram rastrear as ligações recebidas pela vítima no dia
do desaparecimento. Assim, os policiais chegaram a identidade de Wando e
descobriram que ele mantinha um relacionamento amoroso com a universitária. Ele
foi localizado nas proximidades da cidade de Pacajus, com o aparelho celular da
vítima.
Segundo Rattacaso, Maria Efigênia estava
grávida de seis semanas de Wando. Ele disse que não aceitava a gestação.
"Ele marcou um encontro com ela. Nesse local eles tiveram relações
sexuais. Esse crime foi premeditado, porque no banco traseiro do veículo já
tinha um tapete e ele passou a asfixia-la. Matou, enrolou nesse tapete, colocou
no banco traseiro, foi ao posto de gasolina, comprou cinco litros de
combustível, levou essa moça às margens da BR-116, dispensou o corpo e ateou
fogo", relata o delegado.
Investigações da Polícia
Civil apontam que Efigênia foi morta no Bairro José Walter e Wando trafegou
cerca de 50 quilômetros com o corpo dela no carro.
De acordo com Rattacaso,
durante depoimento, o motorista negou para a polícia a motivação. Exames da vítima
comprovaram a gravidez.
O delegado afirma que,
inicialmente, o suspeito negou o crime e chegou a dizer para a polícia que
esteve com a vítima no dia do desaparecimento e depois deixou ela em uma casa
no Planalto Ayrton Senna, na capital.
Wando foi autuado por
homicídio com qualificadores de motivo torpe, meio da morte por asfixia,
impossibilidade de defesa da vítima e femicídio, além de ocultação de cadáver.
Desaparecimento
Segundo Jaqueline Santana, mãe de Maria Efigênia Soares, a filha saiu da
casa da família informando que iria a um supermercado e não foi mais vista.
"Ela chegou da clínica onde fazia estágio, disse que ia para o mercantil.
Ele (suspeito) mandou mensagem para o pai dela dizendo que ela tinha sido
sequestrada", disse.
Conforme Jaqueline, a família não sabia do relacionamento da jovem com o
homem. "Aconteceu que ela tava com esse relacionamento, aí, estava saindo
com esse rapaz, que vinha várias vezes aqui e eu perguntava e ela dizia que era
amigo. Ela engravidou e ele não queria, ele deu uma de Deus, foi lá e matou.
Ele acha que pode ser maior que Deus e ninguém pode", afirma.
A família de Efigênia recebeu a notícia da morte da estudante de
fisioterapia por meio do delegado da Divisão Anti-Sequestro do Ceará (DAS), que
investigava o desaparecimento da universitária.
"Eu tava triste, mas, ao mesmo tempo, estava acreditando em Deus.
Quando foi de tardezinha, entrando pela noite, o delegado me deu a notícia que
o cara que tava com ela havia matado. Ele (suspeito) quis dizer que ela tava
envolvida em coisa errada, ele quis induzir as pessoas a acreditarem que ela
estava envolvida em coisa errada", relata a mãe da universitária.

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