O ministro da Economia, Paulo
Guedes, disse nesta quinta-feira (15) com exclusividade à CNN que talvez
desista de criar um novo imposto com base digital, conhecida como “nova CPMF”.
Na noite dessa quarta (14), durante uma live promovida pelo Instituto Brasileiro
de Ensino, Desenvolvimento e Pesquisa (IDP), ele defendeu a criação da tarifa.
Questionado
hoje se o novo imposto vai bancar o Renda Cidadã (programa social que vai
substituir o Bolsa Família), ele afirmou, na saída do ministério: “Não, de
jeito nenhum, não vai bancar o Renda. Não tem aumento de imposto, não existe
aumento de imposto”.
“A mídia,
por exemplo, quer desonerar a folha [de pagamento], não quer? Esse imposto só
entraria se fosse pra desonerar. Talvez nem precise, talvez eu desista, disse Guedes.
Nesta
semana, o ministro vem se reunindo com o Fundo Monetário Internacional (FMI) e
já disse que o Brasil ainda busca uma forma responsável e sustentável de
financiar o Renda Cidadã.
Base tributária digital
Durante a
live dessa quarta, ele afirmou que “todos reconhecem que a dimensão digital
veio para ficar e que o crescimento da base tributária vai ser digital”. No
entanto, ele ressaltou que “jamais” pensou em criar um imposto novo.
“Tínhamos
a expectativa de fecharmos um acordo com os estados. E daí, a promessa de
desonerar a folha de pagamento para que os setores de serviços e comércio, que
são responsáveis pela geração de 75% dos empregos no Brasil, tivessem essa
compensação. Eu jamais pensaria nesse imposto. Eu detesto impostos, quanto mais
impostos novos”, declarou.
A
tributação digital, segundo ele, partiria da cobrança do “tráfego de
informações” em serviços digitais. “Por isso que eu sempre dizia que não era só
um retorno da CPMF. Esse imposto não passa nem pelos bancos. Ele transcende.
Ele é uma infovia digital. Se você está usando uma infovia digital que o
governo fez, disponibilizou grátis para todos os brasileiros, ele pode cobrar
um pequeno imposto pelo tráfego de informações”, disse o ministro.
Segundo
ele, cobranças nos moldes da CMPF já são feitas por bancos brasileiros e as
alíquotas são “dez vezes mais do que a gente está querendo cobrar”.
CNN Brasil
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