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* Deltan Dallagnol responde a PGR sobre nova crise na Lava-Jato e prega independência no MP.

Após a crise aberta entre a força-tarefa da Lava-Jato e a Procuradoria Geral da República (PGR), o procurador Deltan Dallagnol usou as redes sociais, para dizer que todos os membros da operação “têm os mesmos direitos, deveres e proteções dos demais do Ministério Público para assegurar um trabalho independente”.

A fala de Dallagnol ocorre depois de que o procurador geral Augusto Aras disse, por meio de nota, que a Lava-Jato “não é um órgão autônomo e distinto do Ministério Público Federal” e que não pode se tornar “instrumento de aparelhamento”. Aras se referia ao gesto de demissão coletiva de três procuradores que atuavam no grupo de trabalho da Lava-Jato na PGR.

A debandada dos três membros do MP ocorreu por conta de discordâncias com a coordenadora do setor, a subprocuradora-geral da República Lindora de Araújo e com a gestão de Augusto Aras. O estopim para a demissão foi a visita feita por Lindora à força-tarefa de Curitiba nesta semana na qual, segundo ofício enviado pela força-tarefa à Corregedoria do Ministério Público Federal, ela teria tentado obter acesso a informações sigilosas dos bancos de dados da operação sem realizar o devido procedimento legal.

“QUEBRA DE CONFIANÇA” – O caso foi revelado nesta sexta-feira pelo O Globo e gerou uma crise interna na PGR. Segundo a colunista Bela Megale, os procuradores de Curitiba suspeitam que Aras busca acessar dados da Lava-Jato para atacar o ex-ministro Sergio Moro. Segundo a colunista, o procurador-geral da República também tem interesse nos dados sigiloso da Lava-Jato do Rio e de São Paulo.

Nos bastidores, procuradores usavam o termo “quebra de confiança” ao se referir a ação de Lindora. Entre os membros que pediram demissão estão Hebert Reis Mesquita, Luana Vargas de Macedo e Victor Riccely. Eles cuidavam de inquéritos sobre políticos com foro privilegiado no Supremo e na negociação de delações premiadas.

Embora a PGR negue que tenha pedido compartilhamento informal de dados, o clima azedou com os procuradores da Lava-Jato. Um dos pontos que causaram mal estar foi a retomada das negociações para um acordo de delação com Rodrigo Tacla Duran, advogado alvo da Lava Jato e foragido da justiça. Duran chegou a acusar o advogado Carlos Zucolotto, que foi padrinho de casamento de Sergio Moro, de pagar propina para obter vantagens em um acordo de colaboração premiada que terminou não se concretizando.
Nossa.

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