A Justiça determinou o sequestro de R$22 milhões em valores e bens do
ex-governador da Paraíba, Ricardo Coutinho (PSB), e mais oito
investigados na Operação Calvário por desvio de recursos da Saúde do
Estado. Ele chegou a ser preso em dezembro, mas foi solto um dia depois.
A decisão do juiz José Guedes Cavalcanti Neto, da 3ª Vara Criminal de
João Pessoa, foi proferida no último dia 11 e inclui ainda o
ex-secretário de Planejamento da Paraíba, Waldson de Souza, a
ex-secretária de Finanças, Aracilba Rocha, o ex-procurador-geral do
Estado, Gilberto Carneiro da Gama, o médico Edmon da Silva Filho, Saulo
de Avelar Esteves, o ex senador Ney Suassuna e o filho dele, Fabrício
Suassuna.
“Na hipótese de não ser encontrado valores nas contas bancárias,
proceda-se o bloqueio de veículos registrados em nome dos representados
e, sendo infrutífera a ação, proceda-se o sequestro de bens imóveis
registrados em nome dos imputados”, decidiu o magistrado.
Na sentença, o juiz destacou ‘fortes indícios’ de fraudes em contratos
celebrados entre o governo da Paraíba e a filial da Cruz Vermelha filial
no Rio Grande do Sul durante a gestão de Coutinho. O magistrado
mencionou ainda a existência de notas fiscais e relatórios fraudulentos
referentes as uso de consultorias fictícias e simulação de aquisição de
medicamentos e materiais médicos que não eram entregues.
“Pelos depoimentos em colaboração de um dos integrantes do grupo, havia
repasse mensal de valores para cada participante da organização e essa
situação perdurou por muitos anos. Assim, os indícios de que houve
locupletação de dinheiro público são fortíssimos, tendo os imputados
como os principais suspeitos de serem os beneficiados pela atividade
ilícita desenvolvida na administração do Governador Ricardo Coutinho”,
escreveu o juiz.
O grupo foi denunciado pelo Ministério Público, que aponta Coutinho como
o líder de uma organização criminosa que teria se instalado na área da
Saúde durante seus dois mandatos como governador, entre 2011 e 2018.
Segundo delatores da Calvário, o ex-governador teria recebido propina
mensal de R$ 360 mil, apenas da área da saúde.
COM A PALAVRA, A DEFESA DE RICARDO COUTINHO
Coutinho nega as acusações. Segundo ele, ‘jamais seria possível um
Estado ser governado por uma associação criminosa e ter vivenciado os
investimentos e avanços nas obras e políticas sociais nunca antes
registrados’.
COM A PALAVRA, OS DEMAIS INVESTIGADOS
A reportagem busca contato com a defesa dos investigados. O espaço está aberto para manifestação (rayssa.motta@estadao.com).
Bens sequestrados.
Estadão
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