O Jornal Nacional (TV Globo) dedicou os primeiros minutos da edição deste sábado (20.jun.2020) para 1 editorial no qual critica aqueles que foram “negligentes” ou “desrespeitosos” durante a pandemia da covid-19.
O texto foi lido em dobradinha pelos jornalistas William Bonner e
Renata Vasconcellos. A inspiração para o editorial foi a marca de 50.000
mortes pelo coronavírus. O número se refere a levantamento de 1
consórcio de empresas de mídia. Oficialmente, segundo os dados do
Ministério da Saúde, o Brasil tem 49.976 vítimas da doença.
“A História vai registrar o trabalho valoroso de todos aqueles
que fizeram de tudo pra combater a pandemia, os profissionais de saúde
em primeiro lugar“, leu Renata Vasconcellos. “Mas a
História vai registrar também os que foram negligentes, os que foram
desrespeitosos. A História, atribui glória, e atribui desonra, e
História fica pra sempre”, concluiu Bonner.
Assista à íntegra do editorial do principal telejornal da Rede Globo:
Leia abaixo ao discurso completo:
“É 1 marco trágico na pandemia: mais de 50.000 mortes. Cinquenta
mil. Uma nação se define como a reunião de pessoas que compartilham
sentimentos, afetos, laços, cultura, valores, uma história comum.
Empatia é a capacidade que o ser humano tem de se colocar no lugar do
outro, de entender o que o outro sente. Uma nação chora os seus mortos,
se solidariza com aqueles que perderam pessoas queridas. Cinquenta mil.
Diante de uma tragédia como essa, uma nação para, ao menos 1 instante,
em respeito a tantas vidas perdidas, e é o que o Jornal Nacional está
fazendo agora, diante desses rostos que nós temos perdido desde março.
E é 1 sinal muito triste dos tempos que nós vivemos que a gente
tenha que explicar essa atitude, não pra maioria do público brasileiro,
de jeito nenhum, mas pra uma minoria muito pequena, mas muito
barulhenta, pra quem o que nós fazemos, o jornalismo profissional,
deveria, se não fechar completamente os olhos pra essa tragédia, pelo
menos não falar dela com essa dor. O JN já pediu, você lembra, que a
gente parasse pra respirar, porque tudo vai passar. O JN já lembrou que
as vidas perdidas não podem ser vistas só como números. E a gente repete
mais uma vez: respira, vai passar. A gente repete também: 50.000 não
são 1 número, são pessoas, que morreram numa pandemia. Elas tinham
família, mães, pais, filhos, irmãos, tios, avós, famílias, tinham
amigos, tinham conhecidos, vizinhos, colegas de trabalho, como nós aqui
somos. E nós, como nação, devemos um momento de conforto pra todos eles.
E para nós mesmos, porque nós somos uma nação. Como o Bonner
disse, tudo isso vai passar. Quando passar, é a História, com H
maiúsculo, que vai contar para as gerações futuras o que de fato
aconteceu. A História vai registrar o trabalho valoroso de todos aqueles
que fizeram de tudo pra combater a pandemia, os profissionais de saúde
em primeiro lugar.
“Mas a história vai registrar também os que foram negligentes, os
que foram desrespeitosos. A História, atribui glória, e atribui
desonra, e História fica pra sempre.”
JN em ação...
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