Na tarde deste sábado (13), liderados pela
ativista Sara Winter, um grupo de pessoas rompeu a área cercada no
entorno do Congresso e invadiu a laje do prédio. Após ação da Polícia
Legislativa, eles foram para o gramado em frente ao espelho d’água. Ela
afirmou ainda que vai “acampar” no Congresso.
“Vocês tiram nossa casa que nós tiramos o Congresso”, afirmou a
militante. Aos gritos de “acabou, porra”, os manifestantes gritavam a
favor da intervenção militar, pedindo o fechamento do Congresso e faziam
ataques à imprensa. Eles também rezaram e pediram bênção ao presidente.
“A militância bolsonarista virtual foi desmantelada com o inquérito
das fake news. E agora estão tentando acabar com a militância de rua”,
afirmou Sara Winter pelas redes sociais.
A ação de desmonte do acampamento pela manhã fez parte do programa DF
Legal, promovido pela Secretaria de Estado de Proteção da Ordem
Urbanística do Distrito Federal, para fiscalizar e combater construções
ou estabelecimentos ilegais.
A secretaria afirmou que os manifestantes ocupavam área pública na
Esplanada dos Ministérios, o que não é permitido, e em acampamentos
irregulares. “Houve diversas tentativas de negociação para a desocupação
da área, mas, infelizmente, não houve acordo. Os acampamentos foram
desmontados sem confronto”, informou.
A pasta citou ainda decreto que estabelece medidas para combater a
pandemia do coronavírus e que proíbe aglomerações com mais de cem
pessoas em eventos que precisam de autorização prévia do GDF.
Nas redes sociais, Sara Winter disse que a Polícia Militar do
Distrito Federal e a Secretaria de Segurança Pública chegaram no local
às 6h desmontando barracas e geradores com “gás de pimenta e agressões”.
“A militância bolsonarista foi destruída hoje. Presidente, reaja”,
escreveu.
Em seguida, ela alegou que uma pessoa que estava orando e cantando o
Hino Nacional foi atingida por gás de pimenta para que uma “carreata do
PT” passasse no local. Um grupo contra Bolsonaro e favor da democracia
fez ato pela manhã na região da Esplanada dos Ministérios, mas só chegou
próximo de onde estava o acampamento cerca de três horas depois.
Procurada pelo UOL, a Polícia Militar informou que prestou apoio a
uma ação desencadeada pela Secretaria de Segurança Pública e não houve
registro de ocorrências. O Corpo de Bombeiros também esteve presente
para apoio.
Apoiadores e pessoas no acampamento gritaram palavras de ordem contra
o desmonte, classificando a situação como ditatorial, e ministros do
STF (Supremo Tribunal Federal). Vestindo roupas em verde e amarelo, e
com bandeiras do Brasil, eles ainda chamaram o governador do Distrito
Federal, Ibaneis Rocha (MDB), de “fascista” e “comunista”.
Os manifestantes estavam acampados há semanas na Esplanada dos
Ministérios, por vezes mudando de local. Em determinado momento,
chegaram a ficar ao lado da sede do Ministério da Justiça e do Supremo.
Em entrevista à BBC Brasil, Sara Winter, cujo sobrenome verdadeiro é
Geromini, confirmou que havia pessoas armadas em um dos acampamentos.
Ela justificou que as armas eram para a proteção dos próprios membros e
não tinham relação com a militância.
Congresso...
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