Metrópoles
- A cor dos cabelos muda regularmente, assim como o nome, mas os olhos
são sempre de um verde profundo. A garota de programa de luxo Flávia
Tamayo, 25 anos, também conhecida como Pamela Pantera, entrou na mira
da Polícia Civil do Distrito Federal por abastecer clientes de alto
poder aquisitivo da capital da República com porções de cocaína.
Capa de revistas
masculinas famosas, como a Playboy – edição publicada em Portugal – e a
Sexy, e estrela de filmes eróticos da franquia Brasileirinhas, Flávia
foi alvo de mandados de busca e apreensão no âmbito da Operação Rede,
deflagrada pela PCDF esta semana.
Com quase 120 mil
seguidores em suas redes sociais, Flávia se apresenta como empresária,
modelo, atriz e dançarina. A paulistana criada em Brasília coleciona
clientes abastados do funcionalismo público federal. São integrantes dos
Poderes Executivos, Legislativo e Judiciário.
A movimentação de
homens ávidos por prazer fácil sempre fez Flávia faturar alto, tanto com
programas quanto com a venda de pó. A entrega dos entorpecentes era
feito por meio de taxistas, que deixavam os papelotes em um flat, no
Setor Hoteleiro Norte, onde a garota de programa é acostumada a atender
os homens que a procuram por horas de sexo no mais absoluto sigilo.
Flávia e outras garotas
de programa foram alvo de mandados de busca e apreensão durante a
operação deflagrada nessa sexta-feira (19/06), após investigações
conduzidas pelas 5ª Delegacia de Polícia (área central). Ao todo, cerca
de 200 policiais cumpriram 37 mandados de busca e apreensão em 10
regiões administrativas do Distrito Federal.
A ação desmantelou seis
grupos criminosos especializados no tráfico de cocaína e drogas
sintéticas em áreas nobres de Brasília. Duas dessas quadrilhas eram
formadas por garotas de programa. Alguns dos alvos mantinham
entorpecentes em casa e foram presos em flagrante. Ocorreram pelo menos
10 detenções.
Fora de Brasília
O Metrópoles apurou que
Flávia estava fora do Distrito Federal quando os mandados de busca
foram cumpridos em dois endereços vinculados a ela: um apartamento em
Águas Claras e o flat no Setor Hoteleiro Norte. A Polícia Civil não
informou o que foi apreendido nos imóveis.
A mulher estava em
Florianópolis (SC) no momento da operação desencadeada pela PCDF. Ela
teria viajado para a cidade catarinense a trabalho.
A garota de programa
alvo de investigação por envolvimento com o tráfico de drogas posou para
as lentes da revista Sexy em outubro de 2018 e teve a vista da
Esplanada dos Ministérios como pano de fundo para o ensaio fotográfico.
No ano seguinte,
atravessou o oceano Atlântico e estampou capa da revista Playboy em
Portugal. A edição saiu em fevereiro de 2019. No Brasil, a modelo fez
sucesso na indústria do cinema pornô, estrelando uma série de filmes da
franquia da Brasileirinhas.
Operação Rede
As investigações que
embasaram a operação duraram dois anos. Durante a ação policial, que
teve o apoio das equipes das divisões de Operações Especiais e Aéreas da
PCDF, policiais da 5ª DP apreenderam grande quantidade de cocaína,
lança-perfume, além de arma de fogo e munições. As mulheres negociavam
programas sexuais regados a pó para uma clientela seleta.
De acordo com
investigações da 5ª DP, não há conexão entre os núcleos criminosos, mas
todos exercem funções parecidas: a distribuição dos entorpecentes para
traficantes menores e usuários que ficam na ponta do esquema.
A operação cumpriu
mandados de busca e apreensão nas seguintes cidades: Águas Claras,
Candangolândia, Setor Hoteleiro Norte, Ceilândia, Samambaia, Recanto das
Emas, Planaltina, Brazlândia, Lago Norte e Goiânia (GO). Entre os alvos
da operação, está um terceiro grupo especializado na distribuição de
drogas na região central de Brasília. Os criminosos adotaram o sistema
delivery, fazendo a entrega nas mãos dos usuários.
O Metrópoles tentou contato com Pamela, pelas redes sociais, mas não houve retorno até a última atualização desta reportagem.
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