O governo do Rio Grande do Norte vai prorrogar por mais sete dias o
decreto de isolamento social, adiando a retomada econômica no estado,
que estava prevista para ser iniciada nesta quarta-feira (24).
A prorrogação foi anunciada pelo secretário de Tributação, Carlos
Eduardo Xavier, durante entrevista coletiva no início da tarde desta
terça (23).
“Sempre embasamos nossas decisões na ciência, estamos atentos ao nosso
comitê científico. Apesar da grave situação econômica, vamos prorrogar
por mais sete dias o decreto”, declarou Xavier. De acordo com o
secretário, uma edição extra do Diário Oficial do Estado será publicada
durante a tarde e trará a prorrogação, estendendo o decreto de
isolamento até o dia 1º de julho.
O início da retomada das atividades econômicas estava previsto para esta quarta, dia 24 de junho, mas era condicionado ao cumprimento de protocolos específicos de segurança sanitária. Dentre eles, a ocupação dos leitos de UTI, que deve estar abaixo de 70%.
A retomada das atividades foi marcada, a princípio, para o dia 17 de
junho, porém não pôde acontecer porque a taxa de ocupação de leitos de
UTI estava em 99%. O motivo do novo adiamento é o mesmo.
Durante a entrevista coletiva, o professor Ricardo Valentim, que
comanda o comitê científico estadual de enfrentamento à Covid-19 e é
coordenador do Laboratório de Inovação Tecnológica em Saúde (Lais) da
UFRN, afirma que a pressão sobre leitos de UTI ainda é alta no Rio
Grande do Norte.
Segundo Valentim, a taxa de ocupação no estado tem uma média superior a
85%, o que não daria segurança para liberar uma retomada das atividades
comerciais e de serviço. Segundo o boletim epidemiológico divulgado
nesta segunda (22) pela Secretaria de Estado da Saúde Pública (Sesap),
os leitos de UTI estavam 95% ocupados na rede pública e 85% na rede
privada.
Por outro lado, ainda segundo Ricardo Valentim, o quadro da epidemia no
estado potiguar tem apresentado redução na taxa de transmissibilidade
do vírus. Valentim diz que, nos próximos dias, isso pode refletir em uma
redução da ocupação dos leitos de internação simples e, depois, nos
leitos de semi UTI e também de Unidade de Terapia Intensiva.
De acordo com o secretário Carlos Eduardo Xavier, é acreditando nessas
projeções que o governo decidiu segurar por mais uma semana o início o
plano de retomada das atividades econômicas.
Recomendação do MP
Os Ministérios Públicos Estadual, Federal e do Trabalho recomendaram
nesta segunda-feira (22) que o governo e as prefeituras do Rio Grande
do Norte não iniciem ainda a retomada econômica. A recomendação conjunta citava justamente a ocupação dos leitos como justificativa para o pedido.
Na orientação, o Ministério Público reforçou que o Governo do Estado
deve garantir que a retomada das atividades não essenciais ocorra apenas
quando forem verificadas as condicionantes epidemiológicas e de
percentual de taxa de ocupação de leitos clínicos e de UTI Covid.
Entidades comerciais querem retomada
Por outro lado, associações, federações, sindicatos e entidades ligadas
a setores do comércio, transporte, hotelaria, bares e restaurantes do
Rio Grande do Norte publicaram uma nota conjunta favorável a reabertura gradual do comércio nesta quarta-feira (24).
No documento divulgado pelas entidades nesta terça-feira (23), os
empresários elencam as dificuldades enfrentadas por causa da crise
gerada pela pandemia de Covid-19. Segundo a nota, a queda no faturamento
do estado é de quase R$ 200 milhões e a expectativa é de fechamento de
cerca de 12 mil empresas, com estimativa de perda de 225 mil empregos.
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