Até o momento, o que se percebe é uma total indiferença daquela Casa, principalmente da sua Mesa Diretora.
O único vereador a demonstrar sensibilidade com a situação foi Marcos Aurélio (PL), que há dias protocolou uma indicação para que o Legislativo repasse parte dos recursos do duodécimo para o Executivo utilizar em ações de enfrentamento a pandemia. Entretanto, a indicação está engavetada na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) daquela Casa, a qual é composta pelos vereadores Max Morais (PSDB), Genilson Nogueira (PSDB) e Jânio Barra (PP), sendo os dois primeiros de oposição e o terceiro alinhado a situação. Jânio Barra preside a referida comissão, se diz favorável à indicação do vereador Marcos Aurélio, mas é voto vencido na CCJ, haja vista que Max Morais e Genilson Nogueira são contra o Legislativo adotar tal medida em benefício da população. Inclusive, os dois edis contrários já apresentaram à Presidência da CCJ um parecer neste sentido. Alegam dissimuladamente que tal medida seria "ilegal", sendo que não é. Inclusive, diversas câmaras municipais, entre elas a do vizinho município de Apodi, já adotaram tal medida sem qualquer manifestação contrária do Poder Judiciário.
Diante de tão lamentável situação, onde a população tem sido prejudicada, haja vista um preocupante aumento no número de casos confirmados de covid-19 no município, a Mesa Diretora daquela Casa legislativa, presidida pelo vereador Ronaldo Pascoal (DEM), se encontra em silêncio sepulcral. Mesmo tendo sido constantemente provocados, os vereadores contrários à proposição de Marcos Aurélio não vêm a público apresentar seus argumentos. Enquanto isso, aumenta as suspeitas de irregularidades na gestão dos recursos do Poder Legislativo felipense, pois se entende que tal comportamento da Mesa Diretora tem como objetivo evitar exposição da real situação financeira da Câmara Municipal.
Sabe-se que o Executivo repassa mensalmente mais de R$ 80 mil para o Legislativo. Sabe-se ainda que, em legislaturas recentes, presidentes daquela Casa chegaram a devolver dezenas de milhares de reais que sobraram nos finais de ano. A surpresa foi que, no final de 2019, o Legislativo Felipense terminou o ano com a conta zerada, nenhum centavo foi devolvido ao Executivo e a Mesa Diretora não se manifestou sobre tão radical mudança na gestão das finanças daquela Casa.
Assistindo a situação, em silêncio e de braços cruzados, está o vereador e pré-candidato a prefeito Ubiracy Pascoal (DEM), que embora não faça parte da Mesa Diretora da Casa legislativa, foi um dos principais articuladores para que o seu primo vereador Ronaldo Pascoal ocupasse a Presidência da Câmara. Dizia Ubiracy que, juntos, ele e Ronaldo fariam história à frente da Câmara Municipal de Felipe Guerra, sobretudo uma história marcada por boa gestão e transparência. Na prática, a realidade é uma das mais lamentáveis que a população felipense já viu. Lembra mais o tempo da inesquecível “Operação Ave de Rapina”.
E a pergunta que não quer calar é: quando a Mesa Diretora da Câmara Municipal de Felipe Guerra irá colocar em votação a indicação do vereador Marcos Aurélio ou pelo menos ter a dignidade de se manifestar sobre sua indiferença diante do momento difícil que a população felipense vivencia?
Erinaldo Silva
Boa reflexão...
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