A Ku Klux Klan (KKK) foi uma organização racista secreta que nasceu
no final do século 19 nos Estados Unidos. Ela foi fundada em 1866, no
Tennessee, como um clube social que reunia veteranos confederados, ou
seja, soldados que haviam lutado pelos estados do Sul, o lado derrotado,
na Guerra Civil Americana
(1861-1865). As duas palavras iniciais do nome da organização, “Ku
Klux”, aparentemente vêm da palavra grega kyklos, que significa
“círculo”. Já o termo “Klan” teria sido acrescentado para dar melhor
sonoridade à expressão, além de fazer uma referência aos velhos clãs,
grupos familiares tradicionais. Muito mais do que um clube, a KKK se
transformou numa entidade de resistência à política liberal imposta
pelos estados do Norte após a Guerra Civil, que assegurava, entre outras
coisas, que a abolição da escravatura fosse mesmo cumprida. Na defesa
da manutenção da supremacia branca no país, o grupo promovia atos de
violência e intimidação contra os negros libertados.
Seus militantes adotaram capuzes brancos e roupões fantasmagóricos
para esconder a identidade e assustar as vítimas. A partir de 1870, o
governo americano decidiu enfrentar a organização e, em 1882, a Suprema
Corte do país declarou inconstitucional a existência da KKK. “Ela
parecia ter desaparecido durante os últimos anos da década de 1880, mas
foi revivida em meados do século 20”, diz a historiadora e jornalista
americana Patsy Sims, da Universidade de Pittsburgh. A nova KKK foi
criada em 1915, no estado da Geórgia, e não era mais movida apenas pelo
ódio contra os negros. Sua doutrina misturava agora nacionalismo e
xenofobia a um sentimento romântico de nostalgia pelo “velho Sul”.
“Durante essa reencarnação, a KKK tinha como alvos de sua violência os
imigrantes, além de católicos, judeus e negros”, afirma Patsy. Uma cruz
em chamas se tornou o símbolo da nova organização, que chegou a ter 4
milhões de membros.
Após a Grande Depressão dos anos 30, porém, ela perdeu força
novamente, apesar de ter voltado à ativa na década de 60, durante os
movimentos pelos direitos civis, que defendiam a igualdade racial nos
Estados Unidos. No fim dos anos 70, grupos anti-Klan deram o golpe final
na organização ao atingir o bolso dos líderes racistas, exigindo nos
tribunais grandes indenizações para vítimas de seus atos violentos.
“Embora a Ku Klux Klan ainda exista, sua força hoje é pequena. A maioria
dos militantes radicais aderiu a grupos ainda mais violentos de defesa
da supremacia branca, como a Nação Ariana e outras organizações ligadas
ao neonazismo“, afirma Patsy.
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