O Ministério Público do Rio Grande do
Norte (MPRN) denunciou o ex-governador Robinson Faria, o ex-presidente da
Assembleia Legislativa, Ricardo Motta, o advogado Erick Pereira, além de outras
três pessoas, pelo crime de peculato, com desvio de pelo menos R$ 1.144.529,45
através da contratação de servidores fantasmas. Outras duas pessoas também
foram acusadas de falso testemunho. A denúncia já foi recebida pela Justiça e os oito denunciados são
considerados réus em processo.
Em nota, os advogados de Robinson
Faria alegaram "perseguição" do MP ao seu cliente e classificaram a
denúncia como "absolutamente inconsistente e desprovida de fatos". A
nota, assinada pelos advogados José Luis Oliveira Lima e Daniel Kignel, diz que
Faria nunca nomeou ou concordou com a nomeação de funcionários fantasmas na AL.
Na denúncia, o MPRN apontou que, entre os anos de 2006 e
2016, o advogado Erick Pereira, desviou o valor para ser usado em proveito
próprio e também repassado a um tio dele, Wilson Antônio Pereira, que é outro
denunciado pelo MP. De acordo com os investigadores, os desvios ocorriam com a
anuência dos ex-presidentes da Assembleia, Robinson Faria, que depois foi
eleito governador do estado, e Ricardo José Motta.
A defesa de Robinson Faria afirmou
considerou que a ação demonstra perseguição do Ministério Público Estadual ao
ex-governador Robinson Faria, "que desde o início foi tratado como
testemunha neste processo, nunca como investigado", e considerou que a
denuncia "é absolutamente inconsistente e desprovida de fatos"
"Robinson Faria, conforme afirmou
em seu depoimento, jamais nomeou ou concordou com a existência de funcionários
que não desempenhassem suas funções na Assembleia Legislativa do RN. A defesa
confia que o judiciário irá fazer justiça a essa denúncia inepta".
Em nota, a defesa do ex-deputado
Ricardo Motta afirmou que só irá se pronunciar quando for comunicada
oficialmente do processo. O G1 procura contato
com os demais denunciados.
Conforme o relato dos investigadores,
o crime de peculato foi consumado por meio da inserção fraudulenta de um
empregado doméstico de Erick Pereira, e Aloísia Maria Mitterer, mulher do tio
do advogado, na folha de pagamento da Assembleia. Pelo que foi apurado pelo
MPRN, Damião Vital recebeu recursos da Assembleia Legislativa do mês fevereiro
de 2006 até outubro de 2009.
"Em seguida, como forma de
perpetuar os desvios, ele foi substituído na folha de pagamento por Aloísia
Mitterer, que recebeu salários, de forma ininterrupta, no período de novembro
de 2009 até março de 2016. Os dois receberam salários como servidores da Casa
Legislativa sem nunca terem trabalhado lá. Aloísia Mitterer, tia de Erick
Pereira, mora e trabalha na cidade do Rio de Janeiro", informou o MP.
Além dessas seis pessoas, também
foram denunciadas pelo MPRN Adelson Freitas dos Reis e Francisco Pereira dos
Santos Júnior. Eles respondem pelo crime de falso testemunho, uma vez que há
provas que depuseram apresentando versões falsas durante as investigações.
Réus
·
Erick Wilson Pereira - peculato
·
Robinson Mesquita de Faria - peculato
·
Ricardo José Meirelles da Motta -
peculato
·
Damião Vital de Almeida - peculato
·
Aloísa Maria Mitterer - peculato
·
Adelson Freitas dos Reis - falso
testemunho
·
Francisco Pereira dos Santos Júnior -
falso testemunho
Na denúncia, o MPRN relembra a
operação Dama de Espadas, deflagrada pelo Ministério Público do Rio Grande do
Norte em 2015 para desarticular uma organização criminosa instalada na
Assembleia Legislativa potiguar, em uma cúpula de servidores indicavam pessoas
para receberem salários sem trabalhar no Legislativo e desviar recursos
públicos para o presidente do Legislativo, deputados e outros servidores.
Segundo narrado na operação Dama de Espadas, o esquema era chefiado
inicialmente pelo ex-presidente Robinson Faria e sucedida pelo também
ex-presidente Ricardo Motta.
Ao apresentar a denúncia, o MPRN
pediu a fixação de R$ 1.144.529,45 como valor mínimo para reparação dos danos
causados pela infração, a ser revertido em favor do Estado do Rio Grande do
Norte. Os seis promotores que assinam a denúncia também pedem que os réus sejam
condenados a pagar indenização no mesmo valor por danos morais coletivos,
"pois os prejuízos decorrentes dos peculatos afetaram a credibilidade do
Poder Legislativo Potiguar e diminuíram a confiança da população em seus
representantes legitimamente eleitos".
Detalhe: Pelas bandas de Caraúbas, segundo fontes, o atual vice-prefeito Paulo Brasil era um dos servidores fantasmas da Assembleia Legislativa do RN, entre muitos outros.
Nota
de Robinson Faria
Mais uma vez, o MPE demonstra a sua
perseguição ao ex-governador Robinson Faria, que desde o início foi tratado
como testemunha neste processo, nunca como investigado.
A denuncia é absolutamente
inconsistente e desprovida de fatos.
Robinson Faria, conforme afirmou em seu
depoimento, jamais nomeou ou concordou com a existência de funcionários que não
desempenhassem suas funções na Assembleia Legislativa do RN.
A defesa confia que o judiciário irá
fazer justiça a essa denúncia inepta.
Assembleia...
G1
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