Detentos da Unidade Prisional do Puraquequara, em
Manaus, iniciaram uma rebelião com reféns na manhã deste sábado (2). Segundo a
Secretaria de Estado de Administração Penitenciária (Seap), sete agentes
penitenciários são feitos reféns. Não há informações sobre mortos.
A
rebelião teve início por volta das 6h, durante o café da manhã, quando detentos
serraram a grade de duas celas e avançaram nos agentes, diz a Seap. A UPP tem,
atualmanete, 1.079 presos. Segundo familiares de presos, a rebelião é para
exigir melhores condições dentro do presídio.
Já
atuam no local o Grupo de Intervenção Penitenciária (GIP), forças de segurança
da Polícia Militar e o Corpo de Bombeiros.
Em
maio do ano passado, durante um massacre que matou 55
detentos em diferentes presídios da capital, seis dos mortos
estavam presos na Unidade do Puraqueqara.
Ao G1, parentes de
presos que acompanham a movimentação do lado de fora do presídio afirmam que o
grupo reivindica melhores condições. Eles denunciam também que é possível
ouvir, em dias comuns, gritos de detentos pedindo água e comida. A Seap não
comentou a denúncia.
Desde o dia 13 de março todos os
presídios do Amazonas estão com visitas suspensas, como medida de prevenção ao
novo coronavírus. Desde então, presos só se comunicam com a família por
vídeoconferências.
No início deste mês, um túnel que estava sendo
cavado pelos detentos da mesma unidade foi descoberto pela Seap,
impedindo uma tentativa de fuga. Na ocasião, um homem foi detido e nenhum preso
conseguiu fugir. Para evitar fugas, a Seap
retomou o patrulhamento diário nas áreas de mata do entorno de todas unidades
prisionais de Manaus.
Coronavírus,
restrições e tensão no sistema
No Amazonas, dois presos já testaram
positivo para Covid-19, apesar das medidas restritivas adotadas
desde a chegada da pandemia ao estado. Um dos casos foi confirmado no Centro de
Detenção Provisória I e outro em uma cadeia de Parintins, no interior.
Sem visitas e vivendo sob novas
restrições como o isolamento de presos recém-chegados, o sociólogo e
pesquisador do Laboratório de Estudos da Violência da Universidade Federal do
Ceará (UFC), Ítalo Lima, explicou que as tentativas de fuga poderiam ser
comuns.
“As tensões são muito elevadas. Se a
situação piorar, ela pode ficar incontrolável e o Sistema Prisional do
Amazonas, apesar das intervenções Federais que acontecem também não
apresentarem uma situação muito favorável em respeito à segurança. Acho que um
reflexo da pandemia seria um motim”, comentou.
Rebelião...
G1
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