O deputado federal Túlio Gadêlha (PDT-PE)
protocolou, nesta terça-feira (26), projeto de lei que visa à alteração
do Código Penal para tipificar crimes cometidos contra profissionais da
imprensa no exercício da profissão. A iniciativa, segundo parlamentar, é
em razão dos constantes ataques à imprensa. O PL 2896/20 também inclui
constrangimento e pede aumento de pena nos casos de lesão corporal e
homicídio.
Ao detalhar o conteúdo da proposta, o
deputado afirma que, de acordo com o projeto, a pena de reclusão em caso
de homicídio de jornalistas será de 12 a 30 anos. Em caso de lesão, se
praticada contra profissional da imprensa, a pena aumenta em 1/3. Já o
constrangimento a estes profissionais, mediante violência ou grave
ameaça, de forma a impedir o exercício de sua profissão, terá como pena a
detenção de seis meses a 2 anos, e multa, além da pena correspondente à
violência. A pena é aumentada em um terço, se do fato resulta prejuízo
ao trabalho investigativo.
“Como forma de inibirmos a escalada de
violência contra jornalistas, propomos inovar o Código Penal,
tipificando o constrangimento, ou mesmo ameaça a jornalista quando no
desempenho de suas atividades, e, ao tempo, endurecemos as penas em
casos de lesões e morte”, explicou Túlio Gadelha, acrescentando que “não
podemos nos utilizar da liberdade de expressão para agredir os outros”.
O deputado lembrou, ainda, que após
ataques bolsonaristas, diversos veículos de comunicação (Folha de S.
Paulo, Grupo Globo, Band, Metrópoles, Correio Braziliense, entre
outros), anunciaram na noite desta segunda-feira (25) que não enviarão
mais repórter para a cobertura em frente ao Palácio da Alvorada. Os
profissionais têm sido alvo cada vez mais frequente de hostilidades por
parte do presidente Jair Bolsonaro e de seus apoiadores.
Túlio destacou, também, que relatório da
Federação Nacional dos Jornalistas (FENAJ) registrou, em 2019, 208 casos
de ataques a veículos de comunicação e jornalistas, o que corresponde a
aumento de 54% em relação a 2018. "De acordo com o documento,
Bolsonaro, sozinho, foi responsável por 114 casos de descredibilização
da imprensa e outros 7 casos de agressões verbais e ameaças diretas a
jornalistas, totalizando 121 casos", relatou o deputado em nota enviada à
imprensa.
Boa deputado...
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