O presidente Jair Bolsonaro disse, nesta sexta-feira, que está
atuando pela abertura do comércio e de atividades essenciais “dentro dos
limites” da Constituição, “por enquanto”, e que não vai discutir
alternativas fora do texto constitucional, mas que chegará o momento em
que “o povo vai cansar”.
Ele falou sobre o assunto ao ouvir um apelo de seus eleitores, na
frente do Palácio da Alvorada, para que o governo federal permita que as
pessoas “voltem a trabalhar”, mesmo com o crescente número de mortes
por conta da Covid-19. Sem citar a quem se referia especificamente,
Bolsonaro disse que “o que mais querem” é uma “escorregada” de seu
governo, mas que ele não discutirá ações que não estejam respaldas pela
Constituição.
— A lei me deu o direito de escolher as atividades essenciais. O
resto que não é essencial está a cargo dos governadores e prefeitos, de
acordo com decisão do Supremo Tribunal Federal. Eu estou fazendo o que
posso no meu limite, o que mais querem é uma escorregada minha. Desde o
começo eu falo que o povo tem que trabalhar. Lamento as mortes, tenho
falado isso. Não vou discutir o que está fora da Constituição. Eu tenho
meu limite, por enquanto, mas vai chegar o momento em que povo vai se
cansar — afirmou.
Uma das pessoas presentes na entrada da residência oficial chegou a
sugerir que Bolsonaro fizesse um plebiscito para consultar a população
sobre o isolamento social e as reformas, mas o presidente respondeu que
“isso não existe”.
— A complicação é muito grande. Eu não tenho esse poder todo, não.
Depende de muita coisa. Eu tenho que lutar com o que eu tenho —
explicou.
Em relação ao aumento de infectados por coronavírus no país,
Bolsonaro voltou a dizer que a crise provocada pela pandemia “vai
passar”.
Os apoiadores do governo também reclamaram da ação de policiais
militares de Pernambuco contra carreatas em defesa da reabertura do
comércio no Estado. Isso porque algumas pessoas foram detidas hoje, em
Recife, quando tentavam interromper o trânsito em protesto contra as
medidas de restrições sociais, anunciadas pelo governador do Estado,
Paulo Câmara (PSB). Sobre isso, Bolsonaro disse que “tem conhecimento”
de tudo que está acontecendo.
— Imagina se o presidente fosse o PT, já tinham parado o Brasil já — emendou.
Bolsonaro...
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