Durante
a reunião ministerial de 22 de abril, o presidente Jair Bolsonaro associou a
troca do superintendente da Polícia Federal no Rio de Janeiro à necessidade de
proteger seus familiares, segundo fontes ouvidas .
Ele cita a "segurança do Rio" para a troca, afirmando que sua família
é perseguida.
O vídeo desse encontro é uma
das evidências do inquérito aberto no Supremo Tribunal Federal (STF) após
Sergio Moro deixar o ministério da Justiça acusando Bolsonaro de tentar
interferir na Polícia Federal. A sequência foi exibida nesta terça-feira (12)
em Brasília a pessoas envolvidas com a investigação.
A avaliação de fontes que
acompanham a investigação é que o vídeo é devastador para Bolsonaro, pois
comprova a acusação de Moro de que o presidente da República tentou interferir
na Polícia Federal.
Durante o encontro, Bolsonaro
diz que sua família sofre perseguição no Rio de Janeiro e que, por isso,
trocaria o chefe da superintendência da PF no Rio. Ele cita o termo
"segurança no Rio". O presidente acrescentou que, se não pudesse
fazer a substituição, trocaria o diretor-geral da corporação e o próprio
ministro da Justiça – à época, Moro .
Na reunião, Bolsonaro – que
apresentava um tom de irritação e mau humor – trata a superintendência da PF do
Rio com o termo “segurança”, e afirma que não iria esperar sua família ser
prejudicada.
Presidente
insistiu em amigo da família para comando da PF
O presidente da República comunicou a Moro que iria
trocar o então diretor-geral da PF, Maurício Valeixo, por Alexandre Ramagem –
atual diretor-geral da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) e amigo da
família Bolsonaro.
Moro se recusou. Disse "não, não topo
isso" e falou com os generais que integram o governo. Estavam presentes na
reunião Luiz Eduardo Ramos (Secretaria de Governo), Augusto Heleno (Gabinete de
Segurança Institucional) e Braga Netto (Casa Civil), que prestam depoimento à
PF nesta terça-feira (12). Mas o presidente da República se mostrou
irredutível, pois Ramagem seria a pessoa que forneceria para ele relatórios de
inteligência e que poderia de alguma forma blindar investigações.
Ramagem chegou a ser nomeado por Bolsonaro para a
diretoria-geral da PF, mas o ministro do STF Alexandre de Moraes suspendeu o
decreto. O presidente, então, optou pelo delegado Rolando de Souza, que
trabalhou com Ramagem na Abin.
Depoimentos
Em depoimento nesta segunda-feira (11), Ramagem disse que conta com o apreço da família Bolsonaro, mas
negou ter intimidade.
Além dele, a PF tomou o depoimento nesta segunda do
ex-superindente da PF no Rio de Janeiro Ricardo Saadi, que relatou aos
investigadores desconhecer os motivos para a sua exoneração, ocorrida em agosto
de 2019.
Na época da exoneração, Bolsonaro disse que a troca
havia sido efetuada por motivos de "produtividade". Ao se demitir do
governo, no mês passado, Moro apontou que Bolsonaro fez pressão para tirar Saad
da superintendência do Rio.
Nossa...
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