Uma operação internacional trouxe de volta ao Brasil, neste domingo
(19), o traficante Gilberto Aparecido dos Santos, conhecido como
“Fuminho”, preso na segunda-feira (13), em Moçambique, no continente
Africano. O criminoso é considerado um dos chefes de uma facção
criminosa que age dentro e fora dos presídios, e estava foragido há 20
anos.
O Decreto de Expulsão foi concedido pelas autoridades de Maputo. O
trabalho de trazer “Fuminho” de volta ao país foi coordenado pela
Polícia Federal e teve apoio do Ministério da Justiça e Segurança
Pública, do Ministério da Defesa e do Itamaraty. A PF não informou para
onde ele foi levado.
Segundo as investigações, “Fuminho” seria o fiador de um plano de
resgate do chefe da facção criminosa Marco Willians Herbas Camacho,
conhecido como Marcola, que está na Penitenciária Federal de Brasília.
“A descoberta do suposto plano culminou com a decretação de GLO
[Garantia da Lei e da Ordem] no perímetro da penitenciária, em fevereiro
de 2020”, disseram os investigadores.
Em fevereiro, o ministro da Justiça, Sérgio Moro, prorrogou o uso da
Força Nacional de Segurança Pública na área da penitenciária. O novo
prazo, que começou no dia 9 de março, vale até 4 de setembro.
As tropas federais atuam no presídio desde fevereiro de 2019. O envio
dos agentes de segurança ocorreu semanas antes de o Executivo
transferir quatro condenados de chefiar uma facção criminosa paulista
para a penitenciária federal, no DF, entre eles, Marcola
O governador Ibaneis Rocha (MDB) chegou a pedir ao Supremo Tribunal
Federal (STF) a transferência dos presos para fora do DF. Na ação, disse
que o governo federal estava colocando em risco a população de
Brasília.
No entanto, o pedido foi negado pelo ministro do STF Luís Roberto
Barroso. Barroso considerou que os riscos seriam maiores com a
transferência. Após a divulgação da decisão, o governador Ibaneis Rocha
disse que respeitaria o entendimento do Supremo.
Quem é “Fuminho”
Segundo o professor de gestão pública da
Fundação Getúlio Vargas (FGV) e membro do Fórum Brasileiro de Segurança
Pública, Rafael Alcadipani, “Fuminho” é um dos principais aliados do
Marcola e e responsável pelo envio de drogas do Paraguai e Bolívia para o
Brasil.
A prisão de “Fuminho” havia sido decretada pela Justiça de São Paulo.
Ele é acusado de cometer crimes como homicídio, associação criminosa,
falsidade ideológica, tráfico de drogas, porte e posse ilegal de arma de
fogo.
Para Alcadipani, a prisão de “Fuminho” é “um golpe muito forte”
contra a facção criminosa, que pode levar a um conflito interno de poder
na organização ou a confrontos entre outros grupos por conta do tráfico
de drogas.
Fuminho na pauta.
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