O ex-ministro da Justiça e Segurança
Pública Sergio Moro dispõe de uma série de mensagens de áudio e de texto
trocadas com o presidente Jair Bolsonaro ao longo dos quase 14 meses em
que participou do governo, desde que largou a toga e os processos
penais da Lava-Jato.
Boa parte das acusações feitas por Moro contra Bolsonaro, que em seu
discurso de despedida deixou margem para entendimento de que o
presidente cometeu crimes de responsabilidade, está amparada em material
que, no limite, pode ser usado como prova documental.
Em seu pronunciamento, Moro apontou indícios de ao menos seis tipos
de crimes que podem ter sido cometidos por Bolsonaro no exercício do
cargo, de acordo com avaliações de criminalistas ouvidos pela
reportagem.
Com a experiência de 22 anos na magistratura federal, é de se esperar
que Sergio Moro não faça acusações com base em ilações, mas sim
fundamentadas em indícios mínimos que tipifiquem eventuais condutas
ilícitas por parte do presidente.
A acusação de que Bolsonaro tentou – e ainda tenta – controlar a
Polícia Federal (PF) para ter acesso a investigações sigilosas,
inclusive as que tramitam sob segredo no Supremo Tribunal Federal (STF),
é considerada uma das mais graves e foi tema de conversas entre os
ministros da mais alta Corte, como revelou mais cedo o Valor.
O Planalto já pode estar na mira do inquérito das Fake News que
tramita no STF, que chegou à identidade de financiadores de ataques nas
redes sociais à oposição a Bolsonaro.
O bicho vai pegar seu moço.
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