O Ministério da Saúde informou nesta terça-feira (7) que o isolamento
social só será flexibilizado quando a rede de saúde de estados e
municípios estiver estruturada – o que significa a necessidade de esses
locais terem, em quantidade suficiente, respiradores, equipamentos de
proteção individual, testes laboratoriais, profissionais de saúde,
leitos de UTI e de internação.
Foi uma referência ao boletim epidemiológico divulgado na
segunda-feira (7) pelo próprio ministério, que sinalizava para a
flexibilização do isolamento social a partir da próxima segunda-feira
(13) em cidades e estados com metade dos leitos e estrutura da saúde
vagos.
Agora, o ministério diz que, mais importante que a data é a
estruturação da rede de saúde: “Embora traga uma sinalização de data, 13
de abril, o boletim condiciona qualquer situação de diminuição do
isolamento social às medidas de estruturação do sistema”, diz trecho de
nota do ministério.
O órgão afirma que não será possível adotar medidas de relaxamento
“sem o preparo da rede de atenção à população”. Isso porque o isolamento
tem a função de retardar o pico da pandemia, de modo a dar tempo para
estados e municípios preparar a assistência aos pacientes.
“As medidas de distanciamento social visam, principalmente, reduzir a
velocidade da transmissão do vírus. Ela não impede a transmissão”,
informa o ministério. Em entrevista à tarde, o ministro Luiz Mandetta
disse que o documento dá “princípios” para a política de saúde sobre o
coronavírus.
Medidas de transição
Pelas regras estipuladas no boletim, cidades com mais de 50% da
capacidade de atendimento médico disponível podem passar do
Distanciamento Social Ampliado (DSA) para uma transição ao
Distanciamento Social Seletivo. Veja a diferença entre os dois tipos de
isolamento e o bloqueio total (lockdown), de acordo com documento do
ministério:
Distanciamento Social Ampliado (DSA): Estratégia que
não tem limitações apenas para grupos específicos – todos os setores da
sociedade devem permanecer em isolamento.
Distanciamento Social Seletivo (DSS): Apenas alguns
grupos ficam isolados. Pessoas com menos de 60 anos e sem condições que
elevam o risco de casos graves poderão circular livremente.
Bloqueio total (lockdown): Nível mais alto de
segurança com distanciamento de todos os cidadãos e também um bloqueio
total de todas as entradas do perímetro da cidade/estado/país por
profissionais de segurança. Ninguém tem permissão de entrar ou sair.
O distanciamento seletivo é feito apenas para algumas pessoas, idosos e pessoas do grupo de risco, com doenças preexistentes. Pessoas mais jovens e sem sintomas de coronavírus podem circular sem problemas. Atualmente, o país pratica o distanciamento ampliado que restringe ao máximo o contato entre as pessoas de qualquer grupo.
Mas o boletim destacou que há carência de profissionais de saúde
capacitados para manejo de equipamentos de ventilação mecânica,
fisioterapia respiratória e cuidados avançados de enfermagem
direcionados para o manejo clínico de pacientes graves de Covid-19. Os
leitos de UTI e de internação não estão devidamente estruturados e nem
em número suficiente para a fase mais aguda da epidemia.
O Ministério da Saúde não informou a situação de cada região, mas
apresentou cinco estados em situação de emergência, em que a incidência
da doença está muito acima da taxa nacional (São Paulo, Rio de Janeiro,
Ceará, Amazonas e Distrito Federal), e dois estados em atenção, pouco
acima da incidência nacional (Rio Grande do Norte e Roraima). Os demais,
que estão abaixo da média nacional, estão em estado de alerta.
As cidades que não apresentarem mais de 50% dos leitos vagos, entre
outros critérios médicos, deverão manter o Distanciamento Social
Ampliado até a estabilização do sistema de saúde.
“Hoje publicamos informações sobre o Distanciamento Social Ampliado,
Distanciamento Social Seletivo, e Bloqueio Total (lockdown). As medidas
são temporárias, localizadas e o governo federal está fazendo de tudo
para que elas sejam minimizadas ao máximo possível”, disse nesta
segunda-feira Wanderson Oliveira, secretário de vigilância em saúde do
ministério, em entrevista a jornalistas.
Recado dado...
G1
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