O novo ministro da Justiça, André Mendonça, realocado da
Advocacia-Geral da União (AGU) para a pasta após o pedido de demissão do
então ministro Sergio Moro, usou as redes sociais na manhã desta
terça-feira para agradecer ao presidente Jair Bolsonaro pela nomeação e
dizer que vai “continuar desenvolvendo” um “trabalho técnico”. Também
nesta terça-feira, Alexandre Ramagem foi nomeado para o comando da
Polícia Federal.
“Agradeço ao pr Jair Bolsonaro por confiar a mim a missão de conduzir
as políticas públicas de Justiça e Segurança do nosso país. Meu
compromisso é continuar desenvolvendo o trabalho técnico que tem pautado
minha vida. Conto com o apoio do povo brasileiro! Que Deus nos
abençoe!”, afirmou o novo ministro nas redes sociais.
As vagas no Ministério da Justiça e na PF ficaram abertas após a
saída de Moro e do ex-diretor-geral Maurício Valeixo, na última
sexta-feira. Moro decidiu deixar o governo depois de Bolsonaro exonerar
Valeixo. O ex-ministro acusou o presidente de tentar interferir
politicamente na PF – o que Bolsonaro nega.
O ministro Jorge Oliveira, da Secretaria-Geral da Presidência, chegou
a ser cotado para substituir Moro, mas Bolsonaro foi questionado por
aliados sobre a conveniência de escolher um amigo da família para o
posto. A avaliação de aliados do presidente era a de que o movimento
daria força à tese de que o Planalto estaria atuando para ter controle
sobre a Polícia Federal e, assim, ter acesso a relatórios de
investigações.
Antes da nomeação, André Luiz Mendonça era tido como uma espécie de
consultor informal da bancada evangélica no Congresso. Pastor auxiliar
da Igreja Presbiteriana Esperança, em Brasília, e bacharel em Teologia,
Mendonça tem sido procurado por deputados deste segmento religioso, que
buscam apoio jurídico para destravar suas agendas no Parlamento.
O nome do novo ministro da Justiça é apontado como uma das opções de
Bolsonaro para a primeira vaga no Supremo Tribunal Federal (STF), que
será obrigatoriamente aberta em 1º de novembro de 2020, quando o decano
Celso de Mello completará 75 anos de idade e terá que deixar o tribunal.
Ele ganhou força quando Bolsonaro afirmou no ano passado que pretendia
nomear um ministro “terrivelmente evangélico” para a Corte.
De acordo com aliados de Bolsonaro, a escolha de Mendonça pouparia o
presidente de críticas sobre suposta tentativa de tutela do Palácio do
Planalto sobre a Justiça. Oliveira, até então o mais cotado para o
posto, já foi chefe de gabinete do deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP).
Ministro...
O Globo
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