Os serviços funerários de Guayaquil, onde se concentram 70% dos casos de Covid-19 no Equador, entraram em colapso.
Depois de vídeos e testemunhos viralizarem nas redes sociais sobre
corpos esperando dias para serem coletados e muitos sendo armazenados
dentro de casa, as autoridades da maior cidade do país vão distribuir
cerca de 2 mil caixões de papelão para famílias que precisam enterrar
seus entes.
“Queremos oferecer um enterro digno àqueles que morreram
durante essa emergência de saúde”, afirmou o presidente do
Equador Lenín
Moreno. O governante disse ainda que nas próximas semanas até 3.500
pessoas podem morrer na província de Guayas, das quais Guayaquil é a
capital.
No sábado, 04, o Ministério da Saúde do Equador informou ter
registrado 172 mortes de Covid-19, 122 delas em Guayas. Baixas taxas de
teste significam que o número real é quase certamente mais alto. O
Equador registrou oficialmente 3.465 casos de coronavírus, o terceiro
maior número na América do Sul, depois do Brasil e do Chile.
O líder da resposta de Guayaquil à crise, Jorge Wated, usou suas
redes sociais para anunciar a criação de uma linha direta pelo
aplicativo de mensagem Whatsapp para “aqueles que exigem a remoção do
falecido de suas casas”, escreveu.
O vice-presidente do Equador, Otto Sonnenholzner, pediu desculpas à
população, em um pronunciamento televisionado no sábado, pelas imagens
que mostram cadáveres jogados em calçadas ou fora de casas.
“Dou minha palavra de que estou fazendo tudo ao meu alcance para salvar o
maior número de vidas possível”, disse Sonnenholzner. “Esta crise não é
sobre esquerda ou direita. Rico ou pobre. Este vírus não se importa com
religião, raça ou status social. Tudo o que procura fazer é se
espalhar. Seu risco de transmissão é algo nunca antes visto pela
humanidade”, disse.

Corpos jogados nas ruas no Equador.
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