O radialista Fabiano Gomes foi preso na manhã desta terça-feira (10)
na oitava fase da Operação Calvário, em João Pessoa. Ele é suspeito de
atrapalhar as investigações solicitando dinheiro aos investigados para
não divulgar informações sigilosas. Outros nove mandados de busca e
apreensão estão sendo cumpridos em João Pessoa e Bananeiras, na Paraíba.
Um auditor também é investigado.
A defesa do radialista Fabiano Gomes ainda não teve acesso a decisão
do desembargador Ricardo Vital, mas acompanha a busca e apreensão e a
prisão temporária. No entanto, informou estar surpresa com ação, pois,
segundo a defesa, “Fabiano até então não era investigado, citado ou
sequer foi ouvido antes pelo Gaeco na Operação Calvário, a quem sempre
se colocou e novamente se coloca à disposição para todo e qualquer
esclarecimento”.
A 8ª fase da Operação Calvário e investiga a lavagem de dinheiro de
recursos desviados de organizações sociais da área da saúde, por meio de
jogos de apostas autorizados pela Loteria do Estado da Paraíba (Lotep).
De acordo com as investigações, parte dos recursos teriam sido
desviados com a participação de um auditor do Tribunal de Contas do
Estado da Paraíba (TCE-PB). Ele teria recebido uma valor para atrapalhar
a fiscalização nas organizações sociais.
Além disso, também com o objetivo de impedir a investigação da
Operação Calvário, o radialista Fabiano Gomes estaria utilizando canais
da imprensa para constranger os investigados ou potenciais investigados.
Ele teria solicitado a eles uma quantia em dinheiro para não revelar
nenhum conteúdo sigiloso sobre eles.
Ao todo, 55 policiais federais e cinco auditores da Controladoria
Geral da União participaram do cumprimento dos mandados, que aconteceram
nas residências dos investigados e no Tribunal de Contas do Estado da
Paraíba.
As ordens foram expedidas pelo Desembargador Ricardo Vital de Almeida, do Tribunal de Justiça do Estado da Paraíba.
Operação Calvário
A Operação Calvário foi desencadeada em dezembro de 2018 com o
objetivo de desarticular uma organização criminosa infiltrada na Cruz
Vermelha Brasileira, filial do Rio Grande do Sul, além de outros órgãos
governamentais. A operação teve oito fases, resultando na prisão de
servidores e ex-servidores de alto escalão na estruturado governo da
Paraíba.
A investigação identificou que a organização criminosa teve acesso a
mais de R$ 1,1 bilhão em recursos públicos, para a gestão de unidades de
saúde em várias unidades da federação, no período entre julho de 2011
até dezembro de 2018.
Na sétima fase, o governador da Paraíba, João Azevêdo (Cidadania), e o
ex-governador Ricardo Coutinho (PSB), se tornaram alvos, no dia 17 de
dezembro de 2019. Um mandado de prisão foi expedido contra o
ex-governador. Em relação ao atual governador, houve somente mandados de
busca e apreensão, determinados para o palácio de governo e para a
residência oficial.
Também foram expedidos mandados de prisão contra a deputada estadual
Estela Bezerra (PSB) e a prefeita do município paraibano de Conde,
Márcia Lucena (PSB). Ao todo, a “Operação Calvário – Juízo Final”
expediu 17 mandados de prisão preventiva e 54 de busca e apreensão.
O ex-governador Ricardo Coutinho foi preso no fim da noite do dia 19
de dezembro e teve a prisão preventiva mantida no dia 20 de dezembro
após audiência de custódia. Ele foi encaminhado para a Penitenciária de
Segurança Média Juiz Hitler Cantalice, no bairro de Mangabeira, na
capital paraibana, onde também foram os demais presos na sétima fase da
Operação Calvário com prerrogativa de prisão especial. Ele deixou o
presídio no dia 21 de dezembro de 2019.
TENSO.
G1
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