À espera do julgamento da federalização do caso Marielle Franco,
marcado para o próximo dia 31 no Superior Tribunal de Justiça (STJ), os
responsáveis pela investigação evitam comentar a tese, que ganha corpo
entre eles, sobre a motivação do crime. Sem abandonar outras linhas de
apuração, policiais e promotores acreditam cada vez mais que o
assassinato da vereadora do PSOL e do motorista Anderson Gomes, que
completa dois anos hoje, foi obra de um “lobo solitário” — nesse caso, o
ex-sargento da PM Ronnie Lessa. Preso desde março de 2019, o suspeito
de executar o homicídio também seria o autor intelectual da ação, movida
apenas por ódio.
Expressão surgida na esteira dos ataques terroristas do Estado
Islâmico a países ocidentais, “lobo solitário” é o criminoso que prepara
e executa ações violentas à margem de qualquer estrutura de comando,
embora possa ser influenciado por ideologia ou crença extremista. Uma
das principais linhas de investigação sobre
o planejamento do crime aponta esse perfil em Lessa. A suspeita é
alimentada pela série de pesquisas que o ex-PM fez no Google, onde
procurava informações sobre ativistas de esquerda focados na defesa dos
direitos humanos, especialmente Marielle e o deputado federal Marcelo
Freixo, também do PSOL.
A quebra de sigilo dos dados obtidos na internet por Lessa e Élcio de
Queiroz, que foi expulso da PM e é acusado de dirigir o carro usado no
crime, ocorreu a pedido do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime
Organizado (Gaeco) do Ministério Público do Rio. O juiz Gustavo Kalil,
do 4º Tribunal de Júri, onde tramita o processo sobre o duplo homicídio,
autorizou o acesso às informações dos suspeitos.
A investigação continua, mas agentes da Delegacia de Homicídios da
Capital (DHC) e promotores do Gaeco terão de enfrentar, no STJ, as
dúvidas sobre a capacidade de chegarem à autoria intelectual do
assassinato de Marielle e Anderson. No ano passado, ao ajuizar o pedido
de federalização do caso, a então procuradora-geral da República, Raquel
Dodge, alegou que a Polícia Civil e o Ministério Público do Rio não
conseguiram descobrir a motivação do duplo homicídio. Ela destacou que
um “eventual fracasso da persecução criminal do mandante importaria a
responsabilização internacional do Estado brasileiro”.
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