De quarentena há 21 dias em São Bernardo do Campo, desde que voltou
da Alemanha, “sem por os pés para fora de casa”, o ex-presidente Lula
não reclama da vida.
No final da tarde de segunda-feira, ele falou com o UOL por telefone
sobre como está passando estes dias, outra vez confinado, agora por
conta da pandemia.
A localização da casa alugada é mantida em sigilo, “para evitar
aglomerações”, e respeitar o isolamento social imposto pelo Ministério
da Saúde.
“Quando eu cheguei, consultei três médicos. Como eu não tinha nenhum
sintoma, eles me falaram que não precisava fazer exames, só ficar em
casa. Agora estou aqui, na bela companhia da Janjinha (apelido da
namorada Rosângela da Silva, que acompanhou a entrevista por telefone).
Não posso reclamar de nada. Aqui tem quintal, tem espaço para andar, bem
melhor do que a cela em Curitiba, de 15 metros quadrados, onde passei
580 dias”.
Esta semana ele conversou bastante com Fernando Haddad, candidato do
PT que o substituiu na última eleição presidencial, um dos articuladores
do manifesto dos partidos de oposição que pede a renúncia do presidente
Jair Bolsonaro, divulgado na véspera.
“Eu gostei da iniciativa do manifesto, acho que ficou muito bom. Na
ideia inicial, era para ser assinado só pelos candidatos à Presidência
da República em 2018 (além de Haddad, Ciro Gomes e Guilherme Boulos) e
os governadores. Mas alguém vazou o documento enquanto esperavam as
assinaturas dos governadores e só acabou entrando o Flávio Dino, do
Maranhão, representando o PCdoB. Foi dado um passo importante pelos
partidos de oposição porque, além da pandemia, temos um problema grave
no Brasil hoje, que é o comportamento do Bolsonaro. Ele é o epicentro da
crise que vivemos”.
Nesse ponto da conversa, Lula vira novamente líder da oposição e parte para o ataque como nos velhos tempos.
“Esse homem não respeita a ciência, os pesquisadores, não respeita
nada. Para ele, a orientação científica para combater a epidemia vale
muito pouco. O maior problema da crise é a falta de gerenciamento, tem
que ter um comando centralizado. Ele tinha que conversar com os
governadores e prefeitos, os partidos no Congresso, o movimento social,
mas Bolsonaro não ouve ninguém, só os filhos e aquele guru dele lá da
Virgínia. A oposição vai ter que encontrar um caminho para ver o que
fazer com o Bolsonaro porque ele hoje é um perigo, não só para o Brasil,
mas para o mundo”.
Aos que estranharam a ausência do nome dele no manifesto, Lula
explica que não foi candidato em 2018, e a decisão coube aos partidos.
“O importante foi o Ciro Gomes ter entrado, não era correto eu
assinar. PT, PDT, PSOL, PCdoB e o PSB têm-se reunido toda semana. Quando
os partidos entenderem que eu devo participar dessas conversas, não
terei problema nenhum, estarei pronto para falar com o Ciro. O
importante agora é afastar o Bolsonaro”.
UOL, com informações da Coluna Balaio do Kotscho
Lula tu também né lá esses balaios não seu moço...
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