O massacre na escola estadual Raul Brasil, em Suzano, em que 10
pessoas morreram e 11 ficaram feridas, completa um ano nesta sexta-feira
(13). Uma das portas atingidas pelo ataque está emoldurada e exposta no
gabinete do secretário estadual da Educação de São Paulo, Rossieli
Soares.
Ao G1, o secretário afirmou que o episódio na escola foi “marcante”.
Segundo Soares, o objetivo de manter a porta no gabinete é “lembrar
todos os dias”. O objeto foi retirado durante a reforma do local, que
começou em outubro de 2019 e terá custo aproximado de R$ 2,7 milhões.
“(A porta) é para que a gente possa fazer esta mudança, não deixar de
pensar que esta tragédia precisa servir para uma alteração e uma
melhoria na área de segurança das escolas”, ressaltou Rossieli Soares.
Segundo a secretaria, a intenção da reforma é possibilitar aos alunos
uma nova relação com o espaço. Muitos alunos demonstraram desconforto e
incômodo em voltar a frequentar a escola após o atentado. Os estudantes
foram transferidos provisoriamente para o prédio de uma faculdade
alugada.
Nesta segunda-feira (9), o andamento da obra foi apresentado para a
imprensa. A previsão é de que os alunos voltem para o local em abril.
Com a reforma, a escola receberá novas áreas, incluindo um auditório,
espaço para tatame e sala para criação de projetos em 3D, a reforma das
salas de aula, do Centro de Ensino de Línguas (CEL), dos banheiros,
cantinas e salas de leitura e informática.
Com relação à segurança, uma das principais mudanças é que haverá uma
entrada para visitantes que procuram a secretaria, com vidro blindado, e
outra para os estudantes. No dia do ataque, os assassinos, que eram
ex-alunos da escola, conseguiram entrar no prédio com tranquilidade.
O que diz o secretário
“O episódio da [escola] Raul Brasil foi um episódio extremamente
marcante para todos nós que trabalhamos – logicamente, para a comunidade
foi muito maior –, mas para todos nós que trabalhamos na secretaria [de
Educação]. E uma coisa que nós decidimos é que nós não podemos deixar
esse episódio em branco, nós não precisamos, todos os dias, lembrar do
que aconteceu para que a gente possa fazer a mudança. Não deixar de
pensar que esta tragédia precisa servir para uma alteração, para uma
melhoria nas áreas de segurança das escolas, uma melhoria na área de
convivência, de combate ao bullying. E esta porta simboliza algo que
salvou a vida de muitos jovens e uma esperança de que a gente consiga
mudar o futuro.”
O massacre
Dois ex-alunos invadiram a escola na hora do intervalo, no dia 13 de
março. Os assassinos mataram duas funcionárias e cinco alunos. Outros 11
estudantes ficaram feridos e precisaram ser hospitalizados.
Pouco antes do massacre, a dupla havia matado o proprietário de uma
loja da região. Como policias chegaram à unidade de ensino, o assassino
mais jovem matou o mais velho e se suicidou.
Envolvimento
Em maio de 2019, a Justiça decidiu manter a internação do adolescente
apontado como ‘mentor intelectual’ do massacre. À época, a medida
aplicada foi a internação por prazo indeterminado, com avaliações
periódicas de acordo com o Estatuto da Criança e Adolescente (ECA).
Para a investigação, o suspeito planejou o atentado à escola com os
dois assassinos, que morreram no dia do massacre. No entanto, a defesa
do jovem disse que ele apenas “fantasiou” o crime, mas não ajudou os
assassinos a executá-lo.
No dia 13 de fevereiro deste ano, três homens presos por envolvimento
no crime deixaram a Penitenciária 2 de Tremembé, na Zona Norte da
cidade de São Paulo, em cumprimento a um alvará de soltura por concessão
de liberdade.
Geraldo de Oliveira Santos, Cristiano Cardias de Souza e Adeilton
Pereira dos Santos foram presos suspeitos de fornecerem armas e munições
aos assassinos
Nossa.
G1
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