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* Amigão do presidente: Extorsão e morte marcam atuação de capitão Adriano.

“Na rua mencionada (…) podem ser encontrados alguns indivíduos excluídos da Polícia Militar, que fazem parte de uma milícia, identificados como sargento Dalmir Barbosa, Mauricião, capitão Adriano, André e Fininho. Eles cometem crimes de homicídio, extorsão a comerciantes, instalações clandestinas de internet e venda ilegal de botijões de gás.”

Este texto, atribuído a uma notificação anônima feita ao Disque-Denúncia do Rio de Janeiro em novembro de 2015, é um dos registros sobre a atuação do grupo comandado pelo ex-policial militar Adriano Magalhães da Nóbrega, o capitão Adriano, na comunidade de Rio das Pedras. Morto no último dia 9 no interior da Bahia, ao reagir ao cerco policial, Adriano era o último dos 13 milicianos da lista de procurados da Justiça na operação que recebeu o nome de Intocáveis.

Estado analisou relatos feitos ao Disque Denúncia, provas apreendidas pelo Ministério Público e escutas telefônicas dos milicianos nas investigações que envolvem o capitão Adriano e seus antigos comparsas. Ao analisar os documentos é possível retratar a atuação da milícia em Rio das Pedras e ter uma dimensão dos negócios criminosos e da violência empregada pelo grupo para manter a influência no poder público e garantir o domínio territorial, econômico e político.
 
Ocupação

Área de ocupação irregular, iniciada na década de 1970 na região de Jacarepaguá, Rio das Pedras é como uma cidade dentro do Rio. Segundo o último Censo do IBGE, houve um aumento de 48% no número de moradores (de 42.735, em 2000, para 63.482 em 2010). Conhecida como um dos berços das milícias, a comunidade é também o maior reduto nordestino do Rio. Por isso, não foi surpresa a descoberta de capitão Adriano na Bahia e a prisão de outros milicianos do grupo em estados do Nordeste.

Adriano era tratado como “Gordo” ou “Patrãozão”. A vida de crimes começou quando, ainda na PM, ele passou a trabalhar como segurança do bicheiro Waldomiro Paes Garcia, o Maninho (assassinado em 2004), e do genro dele, José Luiz de Barros Lopes, o Zé Personal (morto em 2011). São desse período os primeiros processos e prisões por assassinato de ex-aliado da família, em disputa pelo domínio dos negócios de jogos de máquinas de caça-níquel. Em um dos processos, Adriano foi denunciado por tentar assassinar um ex-aliado de Maninho. Não foi condenado. O alvo foi morto anos depois. Adriano foi expulso da PM em 2014.

O poder conquistado pela milícia do capitão Adriano em Rio das Pedras, após disputas e mortes, decorre de suas ligações com contraventores e políticos, segundo investigadores. Um poder sustentado e ampliado nos últimos dez anos com as ações violentas do grupo e suas “informações privilegiadas”. “A organização (…) teria braços no Estado, no Legislativo municipal e estadual, assim como na Polícia Militar do Estado, o que denota uma gravidade concreta elevada, a justificar as cautelares extremas, até como forma de impedir que novas extorsões, corrupções e homicídios venham a ocorrer”, registra o processo contra Adriano.

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Bolsonaro diz que ele era um herói seu moço. 
R7
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