O ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, afirmou, em entrevista ao Pânico nesta segunda-feira (27), que o presidente Jair Bolsonaro deve ser reeleito nas eleições de 2022.
Moro explicou que Bolsonaro é o candidato do governo e, por isso, irá
apoiá-lo. “Vou apoiar o presidente Jair Bolsonaro, ele quer a
reeleição”, afirmou. “O presidente está dando apoio às políticas da
pasta [de Justiça e Segurança Pública]. Ele está honrando o compromisso
que assumimos juntos”, continuou.
O ex-juiz ironizou as críticas a Bolsonaro que o colocam como uma
ameaça à democracia e disse que elas continuarão mesmo quando ele
terminar um possível segundo mandato, em 2026. “Ele vai terminar o
mandato, provavelmente vai ser reeleito, vai terminar o outro mandato, e
a democracia vai continuar igual”, previu. “A imprensa podia dar uma
folguinha e destacar o lado positivo do governo.”
Com o apoio declarado ao presidente, Moro descartou qualquer
possibilidade de concorrer ao cargo em 2022. Ele também não quer ser
vice da chapa de Bolsonaro, indicando que o atual vice-presidente, o
general Hamilton Mourão,
é o nome ideal. Para o ministro, essas especulações de que ele pode
disputar as eleições de 2022 querem enfraquecer o governo. “Tem muita
gente querendo enfraquecer o governo me tirando de lá. Eu, como ministro
do governo, tenho de evidentemente apoiá-lo [Bolsonaro], não tem outra
alternativa”, disse.
Sergio Moro, no entanto, vê com bons olhos a possibilidade de ir para o Supremo Tribunal Federal (STF).
Neste mandato, o presidente Jair Bolsonaro poderá indicar dois nomes
para a Corte, e o ministro é um dos cotados. “É uma perspectiva
interessante e natural na minha carreira”, disse. Ele defendeu que
Bolsonaro só tomará a decisão na hora, mas admitiu que “gostaria” de ser
um dos indicados.
Lula, números e Pacote Anticrime
Ainda na entrevista, Sergio Moro falou sobre a soltura do
ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, condenado por ele. O ministro
lamentou o fato de Lula não estar mais na prisão.
“O correto era ele ter saído depois de ter cumprido a pena. A revisão
da segunda instância foi um retrocesso”, afirmou, citando a decisão do
STF que possibilitou que presos condenados em segunda instância pudessem
deixar a cadeia, como foi o caso do ex-presidente. Moro disse que vai
trabalhar para que o Congresso passe uma lei que mude esse entendimento.
“Se você fez algo errado ou cometeu um crime, tem que pagar nessa
vida.”
Moro também fez uma avaliação sobre o primeiro ano à frente da pasta
da Justiça e Segurança Pública, enfatizando que os indicadores de
violência no Brasil caíram em 2019.
Ele, no entanto, reconheceu que a situação ainda não é boa. “Os
números caíram, mas eram muito ruins”, admitiu. “Os números
remanescentes ainda são altos. Até as pessoas terem uma percepção maior
[de segurança], vai levar um pouco mais”, disse, culpando “decisões
equivocadas” de governos anteriores pelo cenário.
O ministro também rechaçou a ideia de que a sanção do Pacote
Anticrime tenha sido uma derrota dele, uma vez que o projeto passou com
coisas que Moro não aprovava, entre eles o juiz de garantias.
“A lei Anticrime tem muita coisa importante, não é uma derrota do
Moro”, disse. “Inseriram questões que não eram da minha concordância.
Mas tem coisas que são contornáveis por interpretação do juiz”, avaliou.
“Essa é uma lei importante para o país que tem mais avanços do que
retrocessos.”
Moro comemorou as decisões do STF que suspenderam partes do Pacote,
principalmente a do ministro Luiz Fux contra o juiz de garantias. “Você
não pode aprovar uma legislação que mude tanto o processo penal sem
fazer isso com segurança, tem que ter um planejamento”, disse. “Para que
funcione, precisaria de uma nova lei no Congresso para corrigir
equívocos graves”, indicou o ministro da Justiça.
É o besta seu moço...
Jovem Pan
Registe-se aqui com seu e-mail
ConversãoConversão EmoticonEmoticon