Um dos pontos que o governo avalia para a venda dos Correios é o que
fazer com um contingente de cerca de 40 mil pessoas que possivelmente
vão perder o emprego com a privatização da estatal.
Em conversas reservadas, executivos de empresas privadas relataram
que fariam o mesmo serviço com praticamente a metade do quadro atual de
100 mil funcionários. O governo não pretende absorver os demitidos –teme
criar precedente para os expurgos de estatais vendidas no futuro.
Outro complicador é o passivo de cerca de R$ 11 bilhões deixado pelos
governos passados no fundo de pensão Postalis e de R$ 3 bilhões no
plano de saúde dos funcionários. O governo avalia como tapar o rombo e
honrar o pagamento dos que ainda vão se aposentar.
Uma das opções é descontar do valor a receber, mas isso será definido
no desenho da venda. Dada a complexidade e o impacto do tema, a data
prevista para a apresentação do formato de privatização ficou para o fim
de 2021.
A quebra do monopólio dos Correios, como sugere Rodrigo Maia
(DEM-RJ), tem apoio no Executivo, mas a execução não é simples. A
avaliação é que alcançaria apenas o setor de cartas –nas entregas, o
mercado é aberto– e há dúvidas sobre se as empresas se interessarão em
atuar fora dos grandes centros urbanos.

Correios.
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