O ex-governador da Paraíba, Ricardo Coutinho (PSB), divulgou nota no
começo da tarde desta terça-feira (17), dia em que teve a prisão
decretada na sétima etapa da Operação Calvário. Ricardo é suspeito de
participar de um esquema criminoso no Estado da Paraíba e já é procurado
pela Organização Internacional de Polícia Criminal (Interpol) porque
estaria fora do Brasil. PSB e PT também se pronunciaram; veja mais
abaixo.
Na nota, ele classifica as acusações contra ele de “genéricas” e
disse que vai colaborar com a Justiça para provar que é inocente. Leia
abaixo, na íntegra, o texto publicado na conta oficial do ex-governador
no Instagram.
“Fui surpreendido com decisão judicial decretando minha prisão
preventiva em meio a uma acusação genérica de que eu faria parte de uma
suposta organização criminosa.
Com a maior serenidade digo ao povo paraibano que contribuirei com a
justiça para provar minha total inocência. Sempre estive à disposição
dos órgãos de investigação e nunca criei obstáculos a qualquer tipo de
apuração.
Acrescento que jamais seria possível um Estado ser governado por uma
associação criminosa e ter vivenciado os investimentos e avanços nas
obras e políticas sociais nunca antes registrados.
Lamento que a Paraíba esteja presenciando o seu maior período de
desenvolvimento e elevação da autoestima ser totalmente criminalizado.
Estou em viagem de férias previamente programada, mas estarei
antecipando meu retorno para me colocar à inteira disposição da justiça
brasileira para que possa lutar e provar minha inocência.
Ricardo Vieira Coutinho”.
PSB se pronuncia
O PSB, partido do qual o ex-governador faz parte, também se
posicionou em nota, no começo da tarde desta terça-feira (17), sobre a
nova etapa da Operação Calvário.
“O PSB reafirma, como sempre, seu total apoio à apuração dos fatos,
respeitados o devido processo legal e o amplo direito de defesa”, disse.
Além disso, o partido defendeu a conduta do ex-governador. “O PSB
reitera sua confiança na conduta do ex-governador Ricardo Coutinho e dos
demais investigados e investigadas, na certeza de que uma apuração
isenta e justa resultará no pleno esclarecimento das denúncias”.
PT chama de ‘espetacularização’
O Partido dos Trabalhadores na Paraíba chamou de “espetacularização
política e midiática” a divulgação das informações oficiais tornadas
públicas pela Polícia Federal e pelo Tribunal de Justiça da Paraíba
(TJPB).
“Uma investigação que deveria se revestir de sobriedade e
objetividade foi mais transformada em prejulgamento na mídia, apesar da
fragilidade técnica e jurídica da medida cautelar que decretou as
prisões”, disse o partido.
A legenda disse que “causou espanto” o ex-governador ser procurado
pela Interpol no caso. “Causa espanto, por exemplo, a ordem de inclusão
do nome de Coutinho na lista de alertas da Interpol, ato que não
encontra qualquer justificativa na conduta do ex-governador”.
A operação
Foi deflagrada, na manhã desta terça-feira (17), a sétima fase da
Operação Calvário, batizada como ‘Juízo Final’. O ex-governador da
Paraíba e presidente estadual do PSB, Ricardo Coutinho, é alvo de
mandado de prisão preventiva. Ele não está no Brasil. Devido a este
motivo, foi solicitada a inclusão do nome do ex-governador na difusão
vermelha da Interpol (organização internacional de polícia criminal).
Dezenas de ordens judiciais são cumpridas nos estados da Paraíba, Rio
Grande do Norte, Rio de Janeiro, Goiânia e Paraná.
A Justiça também mandou prender a deputada estadual Estela Bezerra
(PSB); a prefeita de Conde, Márcia Lucena (PSB); o ex-procurador-geral
do Estado, Gilberto Carneiro; a ex-secretária da Saúde do Estado,
Claudia Veras; o ex-secretário de Planejamento, Orçamento e Gestão,
Waldson de Souza; Coriolano Coutinho, irmão de Ricardo Coutinho; Bruno
Miguel Teixeira de Avelar Pereira Caldas; José Arthur Viana Teixeira;
Benny Pereira de Lima; Breno Dornelles Pahim Neto; Francisco das Chagas
Ferreira; Denise Krummenauer Pahim; David Clemente Monteiro Correia;
Márcio Nogueira Vignoli; Valdemar Ábila, Vladimir dos Santos Neiva; e
Hilário Ananias Queiroz Nogueira.
Até a publicação desta matéria, a Polícia Federal não tinha
confirmado quais prisões já haviam sido concretizadas. Cerca de 350
policiais federais, procuradores da República e auditores da
Controladoria-Geral da União participam da operação.
A etapa ‘Juízo Final’ apura desvio de R$ 134,2 milhões de recursos
públicos destinados a serviços de saúde na Paraíba, por meio de fraudes
em procedimentos licitatórios e em concurso público, corrupção e
financiamento de campanhas de agentes políticos, bem como
superfaturamento em equipamentos, serviços e medicamentos. As
investigações apontam que, do montante desviado, R$ 120 milhões teria
sido usado para financiar campanhas nas Eleições Estaduais de 2010, 2014
e 2018. Veja aqui detalhes da investigação.
O desembargador Ricardo Vital destacou serem gravíssimos os crimes
atribuídos aos investigados, inserindo-se no rol das infrações penais de
elevado potencial ofensivo. “Trata-se, na hipótese, de apuração de
crimes de relevo, que subtraem dinheiro da saúde e da educação de forma
perniciosa, trazendo vultoso prejuízo a toda a sociedade paraibana.
Assim, diante do porte do esquema que se pretende desembaraçar, cumulado
com a forte articulação dos envolvidos, sopesa-se contundente sugestão
fática e real de periculosidade a deferir a constrição”, ressaltou.
Nossa...
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