O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso afirmou, em entrevista à coluna de Guilherme Amado, publicada na revista Época, neste domingo (17), estar disposto a sentar para dialogar com o também ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, caso ele o procure.
“Em
toda a vida, sentei com todo mundo que me procura. Não vou procurar
ninguém, já passei dessa época. Não tenho razão para procurá-lo, mas
sempre estive disposto a conversar. Mas ele nunca quis — quando ele e eu
fomos presidentes — ter uma conversa verdadeira comigo. Não vou dizer
que eu não tenha vontade de falar com Lula, mas não vejo que seja
construtivo, porque ele não vai mudar.
Mas sou favorável ao diálogo.
Nunca conversei com Bolsonaro e não acho necessário, porque ele tem o
poder na mão e, da minha parte, seria desnecessário procurar quem está
no poder. O Lula como não está no poder, se quiser conversar, avise.”
A respeito da declaração do deputado federal, Eduardo Bolsonaro,
sobre a volta do AI-5, FHC considerou trágica. “Provavelmente, falou
porque está habituado a falar, não tinha tanto peso ao que disse, mas
disse. Na política, palavra pesa. Como considero completamente
inaceitável ficar elogiando quem foi torturador no passado. Isso vai
contra direitos humanos, democracia. Não posso aceitar isso. Sou
fundamentalmente democrático. Aceito a variação, mas não a violência
como instrumento de poder. Um erro inaceitável”.
O ex-presidente
considera seu partido, o PSDB, “pouco coerente com sua pretensão
inicial. Não se sabe se é de esquerda, direita ou do centro. O que é
centro? Não adianta ter um centro amorfo, tem que ter lado também. Os
partidos estão sem assumir posições. O PSDB também está no rolo geral.
Pode sair? Pode, mas precisa sair. E como sai? Liderança e candidatura.
As pessoas não votam em partido, mas em pessoas”.
FHC e Lula seu moço.
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