Um problema, um hiato, um perigo. É bem
nessa sequência que a crise vem se agravando a cada dia, com a
instabilidade nos procedimentos cirúrgicos-ortopédicos no Hospital
Deoclécio Marques, em Parnamirim. Enquanto a Secretaria de Saúde Pública
do Rio Grande do Norte (SESAP) não soluciona os impasses, são os
pacientes de baixa renda, como sempre, os mais prejudicados.
O problema teve início, após a SESAP ter permitido que o contrato com
a Coopmed-RN vencesse, no último dia 31, sem antecipar uma solução para
a crise, principalmente no hospital Deoclécio Marques, onde são
realizadas cerca de 6 mil atendimentos por ano, além de 2,5 mil
atendimentos ambulatoriais mensais.
A partir daí, discutiu-se modelos de contratação, somente após o
vencimento do contrato, o que deveria por óbvio ter sido feito antes.
Diante do caos anunciado, a SESAP informou que fará uma licitação,
embora tardia. A pergunta, em questão é: E até a licitação sair, o que
pode acontecer? Sem resposta, criou-se o que a SESAP está chamando de
“hiato”.
PLANO 1
Para o Deoclécio Marques não fechar, o Walfredo Gurgel “emprestou” 50
plantões para serem usados pela Coopmed-RN até uma solução surgir.
Mesmo que esses plantões não cobrissem os 15 dias pedidos pela SESAP, os
médicos coopmerados aceitaram receber menos, já que 50 plantões não
cobrem nem metade da remuneração desses 15 dias.
PLANO 2
Findado o prazo, a COOPMED percebeu que não havia tratativas para uma
solução até o licitatório e começou a indagar a SESAP por uma resposta.
A ‘solução’ do Governo, então, foi retirar parte da equipe do Walfredo
para ‘cobrir’ o Deoclécio. O problema é que o maior hospital público do
estado está superlotado: “Na véspera do feriado do dia 15, já estamos
com 80 pacientes nos corredores, 22 pacientes no centro cirúrgico e
todas as UTIs ocupadas. Os demais hospitais públicos e privados
conveniados ao SUS não suprimem a demanda de cirurgias ortopédicas.
Teremos, em breve, várias macas presas e não temos o que fazer. Está um
caos”, alertou a diretora do Walfredo, Fátima Pinheiro.
PLANO 3
Outra medida penada pela SESAP foi usar os prestadores (hospitais
privados) para atender a demanda do Deoclécio Marques. Contudo, esses
prestadores estariam acima do limite do teto orçamentário para 2019 e o
único que não está, tem suas agendas lotadas, sugerindo que a população
carente seja atendida apenas durante a madrugada. “Nesse momento, ainda
não conseguimos autorização para fazer nenhum procedimento diferente. O
contrato, realmente, não tem como ser prorrogado. Não depende de uma
solução simples, pois tudo a ver com processo indenizatório depende hoje
de uma burocracia bem maior que no passado. Não tenho como dar uma
resposta positiva no momento”, disse o secretário-adjunto da SESAP,
Petrônio Spinelli.
DESCALABRO
Em resposta, o diretor da Coopmed-RN Victor Vinicius lamentou a
lentidão nos trâmites do governo e alertou: “Petrônio, a situação está
se agravando. A quantidade de pacientes no Walfredo está crescendo, o
Deoclécio precisa funcionar e a cooperativa tem seu papel social.
Portanto, vamos deixar o médico trabalhando, mesmo sem receber, comprar
os insumos e resolver esse problema na ortopedia. Agora, queremos que
vocês sentem à mesa e resolvam. Aqui não se trata de dinheiro, nem
vaidade pessoal de ninguém. Os pacientes estão sendo prejudicados e
vamos passar o final de semana sem resposta. O Deoclécio não pode
continuar nessa situação, porque algumas pessoas se acham no direito de
fechar o hospital. Espero que o governo nos dê uma resposta, como também
para a sociedade”, afirmou.
Governo Fátima é um desastre seu moço.
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