Um casal morreu na última sexta-feira no bairro Jardim Meriti, em São
João de Meriti, na Baixada Fluminense, em circunstâncias que ainda
precisam ser esclarecidas pela polícia. O advogado Jorge Pires Vieira,
de 67 anos, foi assassinado a tiros dentro de casa com três tiros.
Depois do crime, a mulher de Jorge, a professora aposentada Márcia
Menezes passou mal e foi levada às pressas para uma Unidade de
Pronto-Atendimento (UPA). Márcia teve um acidente vascular cerebral
(AVC) e morreu. O caso está sendo investigado pela Delegacia de
Homicídios da Baixada Fluminense (DHBF).
Segundo o delegado Cassiano Conti, responsável pela investigação, o
advogado foi morto dentro de casa com três tiros que atingiram o tórax,
abdômen e costas. Nenhum pertence foi levado da casa onde os dois
estavam e a arma usada no crime também ficou no local. Parentes que
estavam no local, no dia do crime, relataram que a professora sofria de
depressão e tomava medicamentos.
— Todas as hipóteses serão investigadas. Essa semana vou ouvir parentes e pessoas próximas ao casal — disse o delegado.
No domingo, os dois foram sepultados. Os vizinhos do casal não
quiseram falar sobre o crime. Nas redes sociais, alguns poucos parentes
se pronunciaram. Alguns falaram do casal e de que entendiam que a mulher
não teria suportado a morte do marido. “ Entendi o porquê do enfarte. A
vida não teria sentido pra ela. Um amor maior que tudo. Muito bonito
esse amor. Um completando o outro. Era 2 em 1. Um não sobreviveria sem o
outro. Que Deus conforte a todos. Desculpa por ter visto as fotos”,
escreveu uma amiga.
Uma sobrinha de Jorge postou um relato emocionado numa rede social:
“A gente sempre acha que vai ter mais tempo, esse é nosso maior erro,
deixar pra depois…Eu me sinto tão culpada, que não tenho forças para dar
a vocês meus primos. Eu não vou ouvir mais aquele ‘oi, minha neguinha
que saudade, vê se vai lá em casa’, ou aquele ´tá de parabéns sobrinha
nos treinamentos”, que quase todos os dias eu ouvia. Aquele abraço
apertado que eu sempre ganhava quando nos víamos. E minha tia tão
boazinha, meiga e compreensiva, que me encontrava, me abraçava e dizia
para eu aparecer. Ficam as lembranças e são lembranças boas sabe, eu não
era apenas a sobrinha, eu era tratada como filha”, escreveu.
“A morte é sempre e em todas as circunstâncias uma tragédia, pois, se
não o é, quer dizer que a própria vida passou a ser uma tragédia.
Descansem em paz”, escreveu um outro amigo na rede social de Márcia
Menezes.
Tragédia...
O GLOBO
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