Os pagamentos de duas folhas de pessoal em
dezembro (o salário do mês e o 13º) aos servidores preocupam os
prefeitos do Rio Grande do Norte. O desafio é ainda maior, porque devem
também concluir o exercício fiscal com os fornecedores em dia. O
presidente da Federação dos Municípios do Rio Grande do Norte (Femurn),
José Leonardo Casimiro de Araújo, afirma os municípios poderão ter a
situação amenizada, se os recursos do megaleilão do pré-sal forem
rateados ainda em 2019. Com isso, vai ser possível cumprir, até o fim do
ano, o pagamento do décimo, dos prestadores de serviços e fornecedores
de bens, porque o caixa ficará menos apertado, uma vez que haveria
liberação de recursos, que estariam comprometidos com Previdência e
contrapartidas.
Segundo José Cassimiro, a maioria das prefeituras do RN está fazendo
“malabarismo” para assegurar os recursos suficientes ao pagamento dos
salários do mês, principalmente nesses em agosto, setembro e outubro,
quando há uma queda dos repasses do Fundo de Participação dos
Municípios. Mas os prefeitos esperam uma melhoria em novembro e
principalmente, em dezembro, quando terão, além das três cotas regulares
do FPM que recebem mensalmente, a transferência de 1% extra do Fundo de
Participação que só ocorre em dezembro.
Além disso, as prefeituras estão na expectativa da distribuição da
parte que caberá aos municípios do que será arrecada com o megaleilão,
previsto para novembro, da exploração do pré-sal. O rateio desta
arrecadação será definido em um projeto de lei que está em tramitação no
Senado e terá a votação definitiva na próxima semana. Para as
prefeituras do RN, as estimativas indicam que serão liberados R$ 260
milhões.
O projeto de lei restringe a destinação destes recursos para
Previdência ou investimentos. Mas os municípios poderão desafogar suas
contas, se o rateio for feito mesmo em dezembro. Os recursos próprios
que iriam para esse destino (previdência ou investimento) poderão ser
remanejados para salários ou pagamento de fornecedores.
“Após o dia 20 de dezembro aguarda-se os recursos da cessão onerosa
[rateio do pré-sal], que vão servir para investimentos ou pagar as
contribuições sociais, inclusive do 13º salário”, disse José Cassimiro.
Mas ainda há preocupações dos prefeitos. O presidente da Associação
dos Municípios do Litoral-Agreste Potiguar (Amlap), João Batista Gomes,
que é prefeito de Brejinho, disse que se estima uma queda de Fundo de
Participação de 8% nas três cotas de outubro em relação ao mesmo período
do ano passado. “Agora vem a preocupação da redução do repasse do ICMS,
que se torna até mais, porque tem a parte que vai para a saúde e
educação”.
João Gomes acha que se em novembro e dezembro não houver uma reação
das receitas de ICMS e FPM “há possibilidade de pelo menos 30% dos
municípios não honrarem todos os seus compromissos”.
Hoje, segundo Gomes, os municípios vivem em função, unicamente, de
pagar folhas de servidores. Com a cessão onerosa, ele acredita a maioria
dos municípios vão poder investir em áreas que estão dependendo de
recursos.
FEMURN.
Tribuna do Norte
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