Líder do PSL na Câmara, Eduardo Bolsonaro (SP) passou pela CPI das Fake
News , nesta quarta-feira, para defender o presidente Jair Bolsonaro dos
ataques do deputado Alexandre Frota (PSDB-SP), ex-aliado do seu pai. A
passagem foi breve e, em vez de um bate-boca, como os colegas esperavam,
os cinco minutos de Eduardo na comissão viraram piada.
Eduardo disse que estava lá apenas para dizer que é um "escárnio" a CPI
ouvir o deputado. Ele completou que não perderia seu tempo assistindo ao
colega e ex-aliado que, segundo ele, passou a campanha de 2018
"disputando" caronas com o então candidato Jair Bolsonaro.
— As pessoas têm aversão a esse tipo de conduta — disse Eduardo, em
referência ao fato de Frota ser agora adversário de Bolsonaro.
Frota o encarou e tentou responder. Mas Eduardo continuou:
— Eu não tenho medo de cara feia. O senhor era menos promíscuo quando fazia filme pornô.
A provocação foi seguida de gargalhadas dos parlamentares presentes na comissão, inclusive de Frota, que rebateu:
— O senhor assistia muito. Eu sei que o senhor gosta.
Eduardo respondeu que "não", terminou sua breve fala, levantou e foi embora.
— Fala o que quer e sai, seu mimado — gritou Frota, sem resposta.
Bolsonaro o mandou 'calar a matraca' sobre Queiroz.
Frota disse que foi cobrado pelo presidente Jair Bolsonaro a "ficar
calado" depois de ter pedido a prisão de Fabrício Queiroz, ex-assessor
de Flávio Bolsonaro (PSL-RJ). O episódio ocorreu em fevereiro, em meio à
denúncias do envolvimento de Queiroz e Flávio em esquema de
"rachadinha" de salários na Assembleia Legislativa do Rio.
Frota diz que a "enquadrada" do presidente ocorreu depois de um discurso
na Câmara em fevereiro. Segundo ele, o líder do PT, Paulo Pimenta (RS),
havia feito um chamado no plenário: questionou se alguém do PSL pediria
a prisão de Queiroz. Frota relatou que "caiu" na provocação do colega e
subiu à tribuna para pedir a prisão de Queiroz.
Segundo o deputado, pouco tempo depois, seu telefone tocou e era uma
ligação de Jair Bolsonaro. Na chamada, diz o deputado, o presidente
pediu para que ele ficasse "quieto", que não falasse sobre prisão para
Queiroz. Ainda de acordo com Frota, em um evento no Planalto, depois
desse episódio, Bolsonaro o puxou:
- E me disse: 'Frota, cala a matraca'.
A oposição pediu para que o sigilo telefônico de Frota seja quebrado. O
objetivo é confirmar a ligação do presidente. Frota disse que não há
problemas em disponibilizar a informação.
Antes, em sua apresentação, Frota também citou Queiroz, para dizer que há uma "farra de cargos" no governo federal:
- Essa milícia virtual existe, está clara e é de conhecimento nacional e
da maioria que quer enxergar o que vem acontecendo. São responsáveis
por muitos problemas que acontecem, com suas ideologias, indicações de
cargos, fomento da raiva e do ódio. Ministros, secretários e assessores
indicados no que eu posso chamar hoje "a farra do cargo". A farra dos
cargos é extensa: para vocês verem, até o Queiroz reapareceu com 500
carguinhos de 20 mil contos – 20 mil contos cada – e ainda falou: 'Pode
indicar para qualquer comissão'. Ora, se isso não é uma confissão, isso é
o quê?
Nossa...
Extra
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