O papa Francisco afirmou nesta quinta-feira (03) que os incêndios florestais na Amazônia são um “problema mundial”.
A declaração foi feita às vésperas do Sínodo dos Bispos para a Região
Pan-Amazônica, que acontece de 6 a 27 de outubro, no Vaticano, e
discutirá novas formas de evangelização na floresta tropical.
Em audiência com membros da Ordem de Santa Úrsula, o líder da Igreja
Católica destacou que a proteção dos direitos humanos, a conquista da
liberdade de pensamento e religiosa e a tutela do meio ambiente não
dizem respeito apenas a um povo ou uma nação, “mas a todo o mundo”.
“Por exemplo, a Amazônia que queima não é apenas um problema daquela
região, é um problema mundial”, disse o papa. O sínodo deve produzir um
forte discurso em defesa da floresta e é tema de preocupação no governo
Bolsonaro, que já sofre pressões internacionais por conta das queimadas.
Em coletiva de imprensa para apresentar o sínodo, realizada nesta
quinta-feira, no Vaticano, o relator da assembleia episcopal, cardeal
Cláudio Hummes, ressaltou que a Igreja fez reuniões com o governo para
explicar que a soberania do Brasil “não está em discussão”.
“Sobre isso, há até uma declaração oficial dos bispos brasileiros: a
soberania brasileira é intocável. O que não quer dizer que o resto do
planeta não possa falar nada sobre o que acontece na Amazônia”, afirmou
Hummes, também arcebispo emérito de São Paulo e amigo pessoal de
Francisco.
Ataques
O sínodo é alvo de ataques da ala ultraconservadora do clero por
causa de seu viés ambientalista e por discutir propostas consideradas
heréticas por alguns religiosos, como a possibilidade de se ordenar
homens casados, preferivelmente indígenas, como padres na Amazônia.
Dois cardeais, o americano Raymond Burke e o cazaque Athanasius
Schneider, líderes da oposição ao papa, chegaram a convocar 40 dias de
jejum contra as supostas heresias contidas no documento preparatório do
Sínodo.
“Estou ciente das críticas, mas o instrumento de trabalho não é um
documento pontifício, é apenas a reunião das sugestões colocadas pelos
povos amazônicos”, disse o secretário-geral do Sínodo dos Bispos,
cardeal Lorenzo Baldisseri.
“Se algum cardeal ou bispo não estiver de acordo, ele é livre para
dizê-lo, mas isso não é um documento de magistério, é um documento que
será dado aos padres sinodais e servirá de base para construir o
relatório final do zero”, acrescentou.
Ao fim da assembleia episcopal, o relator produzirá um documento
conclusivo do sínodo, que pode servir de instrumento para o papa fazer
uma exortação apostólica.
PAPA na pauta...
Ansa
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