Enquanto o presidente dos EUA, Donald Trump, pressiona o governo brasileiro a barrar investimentos chineses no país, a governadora Fátima Bezerra
(PT), bem como os outros 8 governadores do Nordeste estreitam cada vez
mais seus laços com investidores chineses e veem no país asiático uma
mão amiga para ajudar a região a se desenvolver em meio à crise.
No Rio Grande do Norte, o investimento mais aguardado é a construção
da fábrica de placas fotovoltaicas para energia solar da gigante chinesa
Chint. A empresa já tem, inclusive, um terreno de 25 hectares doado
para instalar suas atividades no município de Extremoz, município da
Grande Natal.
As negociações vêm sendo feitas desde o governo de Robinson Faria
(PSD) e foram retomadas há poucos meses no governo Fátima Bezerra (PT). A
previsão do investimento inicial é de R$ 112 milhões e a fábrica deve
ofertar 1.300 empregos no estado.
R$ 2 BI
A estatal chinesa do setor energético State Power Investment
Corporation (SPIC) é outra que planeja investir R$ 4 bilhões na região
Nordeste, sendo R$ 2 bilhões no Rio Grande do Norte. A SPIC já possui
escritório no RN com 15 funcionários e quer investir na produção de
energia eólica e solar.
A estatal chinesa também pretende instalar um centro de
desenvolvimento e aperfeiçoamento de tecnologia no Rio Grande do Norte e
uma fábrica de produtos e insumos para a geração de energia.
Em uma reunião ocorrida em 26 de julho passado ficou definido que o
Governo do RN e a SPIC vão assinar um termo de compromisso definindo as
atribuições das partes e estratégias para viabilizar os investimentos.
ENCONTROS
Nesta sexta-feira (30) o
vice-governador do RN, Antenor Roberto, se encontrou com o investidor
chinês da SPIC, Wang Weiguang. Eles foram recebidos pelo reitor da
Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), José Daniel Diniz
Melo.
Além dos R$ 2 bilhões em investimentos na produção de energia eólica e
solar, a SPIC quer investir no projeto Parque Tecnológico Augusto
Severo (PAX). Wang Weiguang afirmou que a empresa está muito interessada
no Brasil, ao mesmo tempo em que frisou que o foco da SPIC é o Rio
Grande do Norte, em virtude da questão energética.
“A forma de estruturação do parque nos interessa, e interpretamos que
essa iniciativa renderá frutos para o país. O parque é instrumento útil
para formar projetos para o estado, e não somente de experimento”,
destacou.
O vice-governador endossou o raciocínio, ressaltando que o Governo do
Estado está engajado para a viabilidade do projeto do Parque
Tecnológico Augusto Severo junto ao Banco Mundial.
EÓLICA
Outra gigante chinesa com laços no RN é a General Nuclear Power
Corporation (CGN), que confirmou no último dia 05 de agosto que quer
ampliar investimentos na produção de energia eólica e solar no Rio
Grande do Norte.
A CGN adquiriu este ano dois campos de produção de energia eólica no
RN, nos municípios de João Câmara e Parazinho, implantados pela Atlantic
Energias Renováveis, empresa com atuação também no Piauí, Bahia e Rio
Grande do Sul, incorporada pelos chineses no último dia 30.
MELÃO
Outro sonho potiguar que está em via de conclusão é a exportação do
melão do RN para o mercado chinês. Em julho desse ano a Cônsul Geral da
República Popular da China no Brasil, Yan Yuqing, visitou, na cidade de
Mossoró, a Agrícola Famosa, maior produtora de melão da América Latina.
Em maio, a China freou as negociações por uma questão técnica com
relação ao risco de um tipo de mosca que ataca o melão. O RN está
comprovando que está livre da praga e que outros países que exigem esse
controle já recebem o melão potiguar.
A estimativa da Federação de Agricultura do RN (Faern) é que o
mercado chinês represente um incremento de 30% no comércio do melão,
refletindo também em uma maior geração de emprego no setor.
ESTADOS
Só neste ano, quatro governadores e dois vice-governadores da região
Nordeste estiveram no país asiático. A China também mandou inúmeras
comitivas para os estados, inclusive para o Rio Grande do Norte.
O Consórcio Nordeste, formado no início do ano pelos nove estados da
região vai lançar em breve o programa Nordeste Conectado, uma PPP
(parceria público-privada) para instalar milhares de quilômetros de
fibra ótica e conectar os estados.
“A Huawei e a ZTE estudam as etapas de tele-educação, tele segurança e
tele saúde, e estão muito interessadas no projeto Nordeste Conectado”,
disse ao jornal Folha de S. Paulo o governador do Piauí, Wellington Dias
(PT). A ZTE investe no projeto Piauí Conectado, PPP para instalação de
5.000 quilômetros de rede de fibra óptica.
A ZTE é uma das empresas chinesas que tem algum tipo de embargo
americano sob acusação de representarem ameaça à segurança nacional.
Recado dado.
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