Apesar de ainda não ter sido oficialmente indicado ao Senado para ser embaixador do Brasil em Washington, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) informou que se prepara para a sabatina na Casa com um curso online de história. A fonte dos estudos do Zero Três é o Brasil Paralelo, um canal de Youtube
com conteúdos conservadores alinhados ao liberalismo econômico — e que
já levou o Tribunal Superior Eleitoral a se manifestar contra um vídeo
que continha informações falsas sobre as urnas eletrônicas no pleito de
2018.
Três dias antes do primeiro turno, o canal publicou um vídeo que
indicava uma probabilidade de 73,14% de fraude na última eleição
presidencial, disputada por Dilma Rousseff (PT) e Aécio Neves (PSDB).
Essa informação foi contestada pelo TSE. “Conforme apurado por
especialistas, o método utilizado, por si só, não é capaz de provar
qualquer irregularidade”, afirmou o tribunal
em nota. O conteúdo, entretanto, não foi apagado pelo canal e conta com
mais de um 1,5 milhão de visualizações — procurado pela reportagem de
VEJA, o canal ainda não se manifestou.
O Brasil Paralelo é um canal fundado em 2016 que produz conteúdos
audiovisuais, principalmente séries documentais e entrevistas com
especialistas sobre temas políticos e econômicos. Em um de seus
conteúdos, os criadores reuniram 88 depoimentos de personalidades de
direita, como o “guru ideológico” Olavo de Carvalho, para lançar uma
série sobre o Congresso Nacional. O próprio Eduardo Bolsonaro foi
entrevistado para o documentário. À época, o deputado criticou a Lei
Rouanet e os artistas que utilizavam os recursos da lei de incentivos
fiscais para a realização de shows e eventos culturais, como o cantor
Luan Santana.
O vídeo a que Eduardo Bolsonaro assistiu para se preparar para uma possível sabatina no Senado integra o documentário Brasil, a Última Cruzada,
com a participação de sessenta entrevistados — entre eles, mais uma
vez, Olavo de Carvalho. De acordo com o canal, o conteúdo tem a
finalidade de “resgatar” a história do Brasil.
“Quantos brasileiros dizem sentir vergonha do seu país por conta de
não conhecer suas raízes? Culpamos política, cultura e o que mais vier
pela frente, mas nada disso é maior que a nossa origem, nosso real
propósito de termos nascido nesta terra abençoada”, diz o texto que
descreve o documentário.
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