O presidente Jair Bolsonaro afirmou hoje a uma plateia de empresários
que está tomando uma série de medidas para “destravar a vida de vocês” e
anunciou: “Vamos privatizar os Correios”. Foi aplaudido pelos
presentes. Ele participou de cerimônia de abertura do 29º Congresso
Expofenabrave em São Paulo. O evento é organizado pela associação de
concessionárias de veículos.
Ele disse que mudou sua visão a respeito das privatizações. “Eu
mudei. Era estatizante”, afirmou, acrescentando que vem “aprendendo
muito” com as pessoas que estão ao seu lado. “Já falei que não entendo
de economia. Quem entendia, afundou o Brasil.”
Bolsonaro vê sinais de recuperação da economia e crê que seu seu
governo vem restabelecendo a confiança na classe política. “Nós estamos
cumprindo o que diz a Constituição em relação à independência dos
Poderes”, afirmou. Ele lembrou que ainda haverá etapas de negociação
sobre a reforma da Previdência no Senado, bem como para a reforma
tributária, que está em comissão especial na Câmara.
“Nossa situação [econômica] realmente ainda está um pouco complicada”, admitiu.
“As medidas vão aparecendo aos poucos”, disse, citando a liberação de parcela do 13º e também dos saques do FGTS.
“A maior contribuição que podemos dar aos senhores [empresários] é
não interferir em seu trabalho, é tirar o Estado de cima de vocês”,
disse.
Ao ministro do Meio Ambiente, Bolsonaro afirmou que questões
relativas a licença ambiental poderiam ser transmitidas à competência
dos Estados. Ele voltou a criticar a divulgação de dados sobre
desmatamento por parte do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas
Espaciais). “Vocês não imaginam o prazer que eu tive de conversar com [o
presidente da França, Emmanuel] Macron e [a chanceler alemã] Angela
Merkel. Eles não se deram conta ainda que o Brasil está sob nova
direção. Tem presidente da República, poxa.”
Ele também voltou a falar que é difícil ser patrão no Brasil.
“Estamos facilitando a vida dos mais pobres sem fazer demagogia. É mais
fácil defender emprego, tem mais votos. Eu defendo emprego, patrão e os
que mais perdem, os desempregados.”
Ele encerrou seu discurso fazendo referência a uma possível tentativa
de reeleição: “Em 2022 ou 2026 entregarei o Brasil muito melhor do que
encontrei”, afirmou.
Bolsonaro na pauta.
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