A arrecadação de impostos, contribuições e demais receitas federais
registrou alta real (descontada a inflação) de 2,95% em julho, contra o
mesmo mês do ano passado, para R$ 137,735 bilhões, informou nesta
quinta-feira (22) a Receita Federal.
Em julho de 2018, a arrecadação somou R$ 133,791 bilhões. De acordo
com dados da Receita Federal, esse também foi o melhor resultado para
meses de julho desde 2011 (ou seja, em 8 anos) – quando o resultado
havia sido de R$ 141,801 bilhões. Os valores foram corrigidos pela
inflação.
De acordo com o Fisco, o crescimento da arrecadação em julho, na
comparação com o mesmo mês do ano passado, ainda foi influenciada pela
paralisação dos caminhoneiros – que aconteceu em maio de 2018.
“O movimento grevista impactou, negativamente, a base de cálculo de
alguns tributos, notadamente em relação àqueles que incidem sobre a
produção e comercialização de bens e serviços, deprimindo a base de
arrecadação de 2018”, informou.
O órgão também explicou que aconteceu, no mês passado, uma
“arrecadação atípica” de R$ 3,2 bilhões no caso do Imposto de Renda da
Pessoa Jurídica (IRPJ) e da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido
(CSLL). Com isso, houve uma alta real de 21% na arrecadação desses
tributos.
O chefe do Centro de Estudos Tributários e Aduaneiros da Receita
Federal, Claudemir Malaquias, informou que essa arrecadação extra está
relacionada com reorganizações societárias – que geram incidência de IR
sobre ganho de capital. Segundo ele, esse foi o principal fato a
impulsionar a arrecadação em julho.
“Mas a atividade econômica também está melhorando [o que gera aumento
de arrecadação]. Há empresas que recolhem por meio de estimativa. Como
elas projetam um lucro melhor para esse ano, há impacto na arrecadação”,
acrescentou Malaquias.
Parcial do ano
No acumulado dos sete primeiros meses deste ano, a arrecadação somou
R$ 895,330 bilhões, com aumento real de 1,97% frente ao mesmo período do
ano passado. Trata-se do melhor resultado para os sete primeiros meses
de um ano desde 2014.
Segundo a Receita Federal, parte do crescimento da arrecadação, no
começo deste ano, está relacionada com o resultado ainda de 2018, pois
as empresas recolheram esses valores no primeiro trimestre deste ano.
Meta fiscal
O comportamento da arrecadação é importante porque ajuda o governo a
tentar cumprir a meta fiscal, ou seja, o resultado para as contas
públicas.
Para 2019, a meta do governo é de um déficit (resultado negativo, sem contar as despesas com juros) de até R$ 139 bilhões.
No ano passado, o rombo fiscal somou R$ 120 bilhões. Foi o quinto ano seguido de rombo nas contas públicas.
A consequência de as contas públicas registrarem déficits fiscais
seguidos são o aumento da dívida pública e possíveis impactos
inflacionários.
Dados na pauta...
G1
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